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Homem é preso suspeito de manter mulher em cárcere privado por 8 anos no RJ

Mãe manda bilhete ao filho revelando que era mantida em cárcere privado por oito anos no RJ - Divulgação/Polícia Civil RJ
Mãe manda bilhete ao filho revelando que era mantida em cárcere privado por oito anos no RJ Imagem: Divulgação/Polícia Civil RJ

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

09/07/2020 10h35Atualizada em 09/07/2020 14h55

A Polícia Civil do Rio prendeu ontem um homem suspeito de manter a mulher por cárcere privado por oito anos no bairro de Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro. Policiais da DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) chegaram até o imóvel após a vítima escrever um bilhete com pedido de ajuda, fotografá-lo através do celular do filho e enviá-lo a um advogado que levou a imagem até a delegacia.

No bilhete, ela explica ao filho que não conseguia procurá-lo pelo WhatsApp e pediu ajuda. "Não estou podendo falar contigo pelo zap.
Estou sendo coagida pelo Henrique. Ele fica o tempo inteiro atrás de mim vendo o que faço e me ameaçando. Impossível do meu filho não ver e nem ouvir. Nem mesmo os vizinhos", explicou a mulher de 46 anos, que não teve a identidade revelada.

A vítima alegou que havia procurado a polícia em 2019, mas não teve sucesso. "No ano passado, fiz denúncia pelo telefone, mas tinha que concretizar a mesma numa delegacia....Não resolveu nada", afirmou.

Não tenho como sair, estou completamente sendo torturada psicologicamente, moralmente e passando por constrangimentos horríveis

Segundo a delegada Mônica Areal, responsável pelo caso, o homem, de 49 anos, relutou para abrir a porta para os policiais e foi preso em flagrante.

"Chegamos lá e ela estava encolhida no canto na casa, não veio falar com a gente. Ela não falava sem autorização dele. Só depois que o prendemos, ela nos contou o que acontecia. Ela tentou se libertar dele, mas acabou sendo espancada. Ela também sofria muitas ameaças", explica.

O homem, que aparece no bilhete identificado apenas como Henrique, foi preso por cárcere privado, cuja pena varia de dois a cinco anos de prisão. A delegada disse ainda que vai instaurar inquéritos para apurar a denúncia de lesão corporal e tortura.

De acordo com Mônica Areal, o suspeito se manteve calado durante a prisão e não alegou nada em sua defesa. O suspeito não tem advogado constituído, segundo a delegada.