Mauro Sousa relata conversas sobre questões de gênero com Maurício de Sousa
Mauro Sousa, filho do cartunista Maurício de Sousa, contou hoje em uma publicação feita em seu Instagram que está sentindo saudades de conversar pessoalmente com o pai, de quem está afastado por causa da pandemia do novo coronavírus.
Na postagem, Mauro — que é homossexual e casado com Rafael Piccin — aparece ao lado do pai e aproveitou para relembrar uma conversa que teve com ele sobre questões de gênero.
"Saudade de conversar com meu pai. Ainda o fazemos nesse período de distanciamento, mas? nada melhor que o olho no olho. Outro dia, ele me perguntou: 'Mauro, o que é trans?'. Ele sabia superficialmente, mas entendi que queria aprofundar-se. Então, calmamente, eu expliquei. E ele me ouviu", disse ele.
Mauro prosseguiu: "Também teve a vez que ele comentou: 'Ah, mas aquele seu amigo não parece gay'? (porque não era afeminado). E eu, calmamente, fui desconstruindo aquela ideia estereotipada. E ele me ouviu".
"É assim que fazemos: se eu domino o assunto, eu falo, e ele aprende. Não importa se é mais velho ou quem falou primeiro. O segredo do nosso diálogo está na humildade de quem ouve — porque não é fácil perceber-se ignorante — e na perseverança de quem fala, porque eu poderia simplesmente desprezar, boicotar ou cancelar. Daria menos trabalho", ensinou Mauro.
Na sequência, ele afirmou que o diálogo é a melhor solução. "Eu acredito na conversa, eu acredito na transformação do outro. Eu acredito no meu pai. O que eu não acredito é nessa pressão subliminar que existe de se ter (e expor) uma opinião fechada sobre tudo o tempo todo, mesmo quando o conhecimento é raso", frisou.
"É gente que sabe de menos achando que sabe de mais, orgulhosos de mais e generosos de menos. É a balbúrdia dos tagarelas e o desmérito dos conhecedores. Mas eu e meu pai temos discernimento. A gente sabe se colocar no nosso lugar e por isso as nossas conversas são possíveis", continuou.
Por fim, exaltou a boa relação que tem com Maurício, de 84 anos. "O nosso relacionamento é uma constante metamorfose de ideias, sempre evolutivas e irreversíveis. Não que seja fácil, mas no final, dá certo. A conta fecha. Por isso que nos amamos tanto e por isso que sinto tanta falta de nossas conversas", destacou.
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