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"A busca pela igualdade de gênero passa pelo fim do racismo", diz ativista

Kenia Maria, representante da ONU Mulheres, abre o primeiro dia do evento Universa Talks - Arte/UOL
Kenia Maria, representante da ONU Mulheres, abre o primeiro dia do evento Universa Talks Imagem: Arte/UOL

de Universa

13/07/2020 10h30

A atriz, escritora, ativista e Defensora dos Direitos das Mulheres Negras pela ONU Mulheres Brasil, Kenia Maria abre hoje a segunda edição do Universa Talks, com o tema A Mulher no Mercado de Trabalho.

Em seu discurso de abertura, Kenia lembra que a igualdade de gênero é um dos 17 objetivos traçados pela ONU para 2030, com o intuito de promover o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza. Entre as metas para a conquista plena desse objetivo, está garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública.

Em apoio a essa agenda de 2030, lembra Kenia, a ONU Mulheres lançou a iniciativa global "Por um planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero", com compromissos concretos assumidos por mais de 90 países.

Ser mulher no Brasil

O Brasil foi um dos primeiros países a aderir à iniciativa por meio da sanção da tifipificação do crime de feminicídio, em março de 2015. Além disso, foram criados programas para garantir que todas as mulheres em situação de violência encontre proteção e apoio, de cuidados de saúde materna e assistência às meninas, plano para os cuidados prestados às vítimas de violência sexual por parte de profissionais de segurança pública e de saúde, entre outros.

Apesar disso, Kenia lembra que o Brasil continua sendo o quinto pior país do mundo para ser mulher. A realidade é ainda mais dura para as mulheres negras. "A primeira morte por Covid no Brasil foi de uma mulher negra. O menino Miguel morreu enquanto sua mãe, uma mulher negra, trabalhava como doméstica — um serviço não essencial que deveria ter sido dispensado durante o período de isolamento. Mas as mulheres negras não pararam de trabalhar", diz.

Ela concorda que o futuro pós-pandemia será ainda mais pesado para as mulheres, mas reforça que, no Brasil, temos, ainda, um inimigo maior contra o qual lutar: o racismo.

Continue acompanhando as palestras e debates do Universa Talks, dos dias 13 a 17 de julho, sempre às 10h30. Assista pela home do UOL, pelo Youtube, Twitter ou Facebook de Universa. Não é necessária inscrição.

Confira a programação completa do evento.