"Mulheres negras em cargos de liderança geram lucro para empresas", diz CEO
De acordo com Egnalda Côrtes, CEO da Côrtes, convidada da segunda edição de Universa Talks, que debate as condições das mulheres no mercado de trabalho brasileiro, mulheres negras em espaços de liderança devem ser vistas como fonte de lucro para as empresas. "Estudos comprovam que elas rendem mais dentro das organizações. Elas devem ser enxergadas como potências econômicas", defende.
Na sua visão, se não estamos entre os países de ponta, isso se deve ao racismo no Brasil. "O preconceito não é só moral, é intelectual também", reforçando que é importante pensar a pluralidade como parte dos resultados da empresa. "Gestores que não entendem ou que são resistentes a este tipo de mudança também devem ser trocados", opina.
Egnalda participou do painel de abertura, sobre reflexões do mercado pós-pandemia, acompanhada das convidadas Lisiane Lemos, especialista em transformação digital, Laura Chiavone, sócia da Sparks&Honey, e Daniela Cachich, vice-presidente de marketing de alimentos da Pepsico.
"Nós sem nós"
Lisiane relembra que muitas empresas pecam ao tentarem implementar projetos antirracistas sem incluírem negros na equipe. É o que chama de "nós sem nós". "É preciso chamar quem realmente entende do assunto para opinar e construir", defende.
Ela relembra que quem se coloca como neutro em situações de injustiça, escolhe o lado do opressor. "Tem que se posicionar, dizer que é um aliado. Deixar de ser um militante de sofá e partir para a ação". Egnalda complementa: "Se você dá a mão para uma mulher negra, estruturalmente já está mudando a sociedade".
Daniela citou como exemplo o trabalho que a Pepsico tem desenvolvido em busca de maior igualdade e representatividade no seu quadro de funcionários. Em 2018, a empresa alterou critérios para seleção de trainees, em que deixou de qualificar os cadastros por tipo de faculdade ou região do país. Deixar de considerar um nível elevado de inglês como corte para a seleção também foi uma medida adotada. "Pode parecer simples, mas ao exigir um nível de inglês, estamos eliminando pessoas. Então, tiramos o inglês e bancamos o curso."
Como resultado, a empresa teve na seleção para trainees em 2020 50% de diversidade racial e 70% de diversidade de gênero. "É preciso fazer e usar nosso lugar de privilégio - só pela cor da minha pele já estou em condição de privilégio. Se eu não tiver essa consciência para garantir que a empresa faça transformações para representar a sociedade, é muito difícil que essa transformação aconteça."
As convidadas também discutiram questões relacionadas à exaustão relacionada ao home office e às condições de trabalho durante a pandemia.
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