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Recepcionista é morta a facadas em São Paulo; ex-companheiro é suspeito

Thais Alves foi morta pelo ex-companheiro no Jardim Ângela, em SP - Reprodução/Facebook
Thais Alves foi morta pelo ex-companheiro no Jardim Ângela, em SP Imagem: Reprodução/Facebook

De Universa

19/07/2020 15h09Atualizada em 20/07/2020 10h00

A recepcionista Thais Alves, 32, foi esfaqueada e morta na madrugada de sábado no portão de sua casa, no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo. O principal suspeito pelo crime é seu ex-companheiro, que está foragido, e que, segundo relatos, não aceitava o fim da relação. O crime foi registrado como homicídio, não como feminicídio.

Nas redes sociais, familiares e amigos da vítima fazem campanha para que o suspeito seja encontrado. "Uma mulher batalhadora que essa madrugada teve sua vida ceifada por um infeliz que queria obrigar ela a viver com ele sendo que ela não queria mais! Ele invadiu a casa dela e esfaqueou ela com mais de 10 perfurações", escreveu em uma rede social Liliani Miquelão, que se apresenta como cunhada de Thais.

A polícia diz que ao chegar ao local do crime, Thaís estava sendo socorrida por familiares, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O caso foi registrado no 47º DP, no Capão Redondo.

O autor do crime ainda não foi encontrado. Qualquer informação que possa ajudar a localizá-lo pode ser comunicada pelo disque-denúncia, 181, de forma anônima.

Feminicídio x homicídio

O registro inicial da ocorrência como "homicídio" é feito na contramão de um novo protocolo que foi apresentado pelo Ministério da Justiça para a padronização das investigações de feminicídio - ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher.

Segundo as orientações propostas pelo governo, ao se registrar a morte violenta de uma mulher, a autoridade policial deve avaliar as pistas de feminicídio no caso. Ainda que com dúvida sobre a motivação do crime, a investigação deve ser tomada como homicídio qualificado como feminicídio.

Um projeto de decreto legislativo assinado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB - RJ) pede a suspensão do Protocolo por entender que "o país já tem instrumentos, que, com mais transparência e profundidade, permitem que avancemos na investigação para processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes violentas de mulheres". O projeto aguarda análise da Câmara dos Deputados.

Questionada sobre a natureza do crime, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que "ela pode ser alterada no decorrer das investigações, sem prejuízos das apurações".

A lei que tipifica o feminicídio, de 2015, tornou esse tipo de crime hediondo, podendo imputar pena maior. Para um homicídio simples, a pena varia entre 6 e 20 anos. Para o feminicídio, de 12 a 30 anos.