Tabata Amaral relata violência política de gênero: 'Interrupções, ameaças'
A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) acaba de escrever um livro, "Nosso lugar: O caminho que me levou à luta por mais mulheres na política", e nele descreve episódios de violência política de gênero. Ela também celebra a participação de cada vez mais mulheres na política.
"Não estaria aqui se não fosse pelas que vieram antes de mim. 90 anos atrás eu não poderia nem votar, quem dirá ser eleita", disse à Marie Claire. "A política é um lugar muito violento para as mulheres. E no último ano vivenciei isso de uma forma intensa. Nas interrupções, ofensas, ataques e ameaças. Em tudo que me deu medo e me fez ficar calada."
A deputada conta ter passado nove meses intensos no processo de produção do livro, inclusive à noite e durante o recesso de final de ano, que não esperava escrever neste momento.
Ela contou, ainda, que sente "calor no coração só de pensar" em uma mulher eleita presidente em 2022.
"Realmente acredito que com mais mulheres na política o Brasil seria melhor. É uma questão de justiça que a gente tire uma foto do Congresso e veja mulheres, negros, trans, e toda a população que representa o Brasil. E acho muito legal a gente dizer que sim, os estudos já mostraram que é uma grande besteira essa ideia de que as mulheres não têm capacidade de governar. Elas estão dando um show, são boas em políticas econômicas e sociais, boas no combate à corrupção", defendeu.
Tabata, no entanto, não vê no horizonte um nome feminino para o cargo, porque, para ela, "nosso país está passando por uma crise de representação política".
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