Advogada deixará prática de ioga após ser assediada durante exercício no RJ
Abalada após ter imagens da prática de ioga expostas na internet, a advogada Mariana Maduro, 33, vai abandonar a atividade física.
"Eu não vou voltar a praticar ioga, não por medo, mas por associar o ioga a um filme pornô. Eu só consigo associar o ioga agora a um filme pornô, que eu estou produzindo gratuitamente para as pessoas. Não tem mais beleza, sabe?", desabafa em entrevista a Universa na manhã de hoje.
No último sábado, Mariana fazia acroioga (modalidade que combina ioga com acrobacias) com a amiga e professora da prática na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio, quando as duas foram filmadas pelo empresário Ricardo Roriz.
No vídeo, ele tem uma conversa de cunho sexual com um vendedor ambulante identificado como Celsão, que faz um gesto sexual de masturbação enquanto observa as mulheres. Com mais de 300 mil seguidores em redes sociais, Roriz publicou o material, com grande repercussão. A Polícia Civil investiga o caso e pode indiciar os homens por perturbação de tranquilidade, injúria e gesto obsceno.
A advogada, que denunciou o caso na 12ª Delegacia de Copacabana, está perplexa com os comentários sobre a exposição. Se de um lado recebeu apoio, outras pessoas criticaram o fato dela fazer a atividade física ao ar livre.
Têm pessoas que têm a capacidade de falar que é pra eu fazer em casa. Eu acho incrível a capacidade das pessoas de justificar a violência. Por eu ter sido violentada fora de casa, então a solução agora é que eu pratique em casa porque, 'de fato, essas posições, os homens ficam excitados'. É cada absurdo que eu estou ouvindo. O meu medo não é de praticar ioga, é de sair de casa
Mariana Maduro, advogado que foi assediada ao fazer ioga
A advogada acredita que ainda falta uma tipificação na lei criminal sobre homens que expõem mulheres em vídeos e espera que o seu caso ajude a mudar isso.
"Meu único objetivo nisso é ser voz de tantas mulheres e tentar fazer com que esse choro chegue no (Poder) Legislativo. Porque são eles quem fazem nossas leis. Enquanto nossa lei estimular esse tipo de atitude, porque estimula, já que não tem pena, isso vai continuar acontecendo o tempo todo, eu estou muito cansada de ser objeto", afirma.
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