Filhos: pais cuidam do lazer e mães das tarefas braçais, diz pesquisa
Mesmo com o aumento das discussões sobre paternidade ativa, ainda há um longo caminho a ser percorrido até uma divisão igualitária de tarefas na rotina de cuidados com os filhos nos lares brasileiros. É o que revela uma pesquisa feita pelo IBOPE, encomendada pela marca de antiassaduras Bepantol Baby. Segundo a pesquisa, 74% dos pais acreditam que podem assumir mais tarefas na relação com os filhos. Os resultados geram algumas controvérsias: enquanto 96% dos homens dizem já ter um papel ativo nos cuidados com os filhos, apenas metade das mulheres entrevistadas (50%) afirmam contar com a colaboração dos pais.
Uma das explicações para a disparidade das respostas pode ser as funções assumidas por cada um. Enquanto para os homens, as principais atividades estão relacionadas ao lazer - como brincar (76%) e ir a parques ou cinemas (55%), no caso das mães, sobram todas as atividades básicas do cotidiano: acompanhar e agendar consultas médicas (88%), alimentar e preparar refeições (84%), colocar para dormir (83%), dar banho (82%), atender aos choros e acordar durante a madrugada (82%), escovar os dentes (75%), entre outras.
O levantamento entrevistou 1000 pais e mães de crianças de até cinco anos de classes A,B e C, entre os dias 9 e 27 de julho de 2020.
Ótica patriarcal
Tratando dos primeiros três meses de vida do bebê, período de adaptação familiar, os dados são ainda mais alarmantes. 90% das mulheres disseram que somente elas trocavam fraldas durante a madrugada e 73% afirmaram ter sido as maiores responsáveis pelos cuidados com o bebê. Em contrapartida, 58% dos homens dizem que dividiram as tarefas igualmente com as mães durante este período.
A pesquisa também apontou que 96% de todos os entrevistados (homens e mulheres) declararam que concordam que as responsabilidades devem ser iguais para mãe e pai. 16% dos homens acreditam que esses cuidados são uma responsabilidade exclusiva das mulheres.
Entretanto, a visão da mulher como única detentora do 'dom' da maternidade é influente na relação das mulheres no ambiente familiar. Segundo o estudo, 75% dos pais e 70% das mães acreditam nesta visão de que as mulheres nascem com instinto apurado para cuidar de crianças. Por essa perspectiva, as mulheres seriam mais hábeis ao cuidado com os filhos, o que justificaria que elas tomassem para si a maior parte das atividades básicas.
Efeitos da pandemia
A pandemia da Covid-19 afetou a rotina de todas as famílias brasileiras. Ainda de acordo com dados da pesquisa, 69% das mulheres e 60% dos homens sentem um aumento de responsabilidades com os filhos durante este período.
Em relação aos parceiros, 59% dos homens e 48% das mulheres relataram ter sentido um aumento na divisão de tarefas. Com as dificuldades do isolamento, torna-se ainda mais importante que os pais dividam igualmente as responsabilidades da família e do lar.
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