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Mulheres protagonizam um mundo em evolução


Parei de receber bons papéis após completar 40 anos, diz Geena Davis

"De repente, os grandes papéis eram incrivelmente escassos", lembra Geena Davis, que já ganhou um Oscar - Getty Images
"De repente, os grandes papéis eram incrivelmente escassos", lembra Geena Davis, que já ganhou um Oscar Imagem: Getty Images

De Universa, em São Paulo

10/08/2020 11h30

A atriz Geena Davis disse em entrevista veiculada ontem no site do jornal britânico The Guardian que começou a "cair em um abismo" quando completou 40 anos de idade e parou de receber grandes papéis no cinema.

"Quando passei a ter um quatro na frente da minha idade, eu caí em um abismo. Eu realmente caí", relatou Davis, hoje com 64 anos.

"Nos primeiros estágios da minha carreira, eu pensava alegremente: 'Meryl Streep, Jessica Lange e Sally Field: Todas estão fazendo ótimos filmes voltados para o sexo feminino. E estou conseguindo esses papéis excelentes, papéis realmente importantes, então as coisas devem estar melhorando para as mulheres'", relembrou.

"Mas, de repente, os grandes papéis eram incrivelmente escassos [quando completei 40 anos]. Foi uma grande diferença", afirmou.

"Thelma & Louise"

David ganhou o Oscar de "Melhor Atriz Coadjuvante" em 1989 pelo filme "O Turista Acidental", em que interpretou a jovem treinadora de cães Muriel Pritchett.

"Foi o mais divertido. Foi a primeira vez que fui indicada [ao Oscar] e pensei: 'Bem, não preciso me perguntar se algum dia ganharei um Oscar - porque ganhei!'", disse.

Por mais que "O Turista Acidental" tenha lhe dado um Oscar, Davis conta que o filme que mudou sua vida foi outro: "Thelma & Louise", de 1991, um clássico feminista sobre duas mulheres que, cansadas de suas vidas pacatas, resolvem botar o pé na estrada e fazer uma viagem.

"Depois de 'Thelma & Louise', todos queriam falar comigo, me contando como o filme mudou suas vidas, quantas vezes o viram", disse.

"Então isso mudou para sempre a maneira como eu considerava quais papéis interpretar. Eu pensava: 'O que as mulheres na plateia vão dizer quando virem este filme?'", contou.

Festival promove diversidade

Atualmente, Davis está organizando o Festival de Cinema de Betonville, fundado por ela para promover mulheres e minorias na sétima arte.

Sobre o evento, que se inicia hoje e vai até 16 de agosto de forma online devido à pandemia do novo coronavírus, a atriz diz que o "objetivo é muito simples: Os contadores de histórias e as pessoas na tela devem refletir a população, que é metade feminina e incrivelmente diversa".

Segundo o The Guardian, 80% dos filmes que serão exibidos no festival foram feitos por mulheres, 65% foram produzidos por cineastas não brancos (asiáticos, latinos, afro-americanos etc) e 40% por produtores LGBTQ+.