Médico detido por suspeita de espancar ex é investigado por outra agressão
Preso por suspeita de espancar uma ex-namorada na última terça-feira (14) em Cuiabá, o médico Leonardo Lotufo Bussiki já responde a um outro processo por lesão corporal. Ele está sendo investigado em Mato Grosso por agressão a outra mulher em 2019. Leonardo ficou detido entre terça-feira e quarta-feira após ser denunciado pela ex-namorada Cristiane Costa dos Santos Souza Budib.
Cristiane, 41, foi às redes sociais e afirmou ter sido agredida pelo médico dentro da própria casa, após ter encerrado o relacionamento amoroso com ele. Ela exibe ferimentos no rosto e mostrou exames que indicavam asfixia. Acionada, a Polícia Militar prendeu o médico, que foi solto no dia seguinte por decisão da Justiça.
A defesa de Leonardo alega que ele é vítima de "difamação", diz que ele é inocente e que ainda registrou Boletim de Ocorrência contra a veterinária no dia anterior aos relatos de agressão de Cristiane. Procurada por Universa, a vítima não atendeu a reportagem.
Leonardo já é investigado por agressão a outra mulher em fevereiro de 2019. O Ministério Público ofereceu denúncia contra o médico de 36 anos por lesão corporal e por ameaça contra M.A.V. A vítima, porém, não conseguiu provar a ameaça. A alegação foi retirada pela Justiça e foi mantida a investigação por lesão corporal. O caso está em andamento na Segunda Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Se condenado, ele poderá pegar de três meses a três anos de prisão.
Preso e solto em um dia
Nesta semana, Leonardo voltou a ser alvo de outra acusação de violência contra mulher. Na terça-feira, Cristiane Budib exibiu nas redes sociais ferimentos no rosto e disse: "Médico é para salvar vidas e não para matar. Agredida dentro da minha casa por terminar um relacionamento...Denuncie, não tenha vergonha, como eu não tive".
Ela também mostrou um ferimento na orelha acompanha da frase: "A violência é o último refúgio do incompetente". A vítima ainda exibiu exames que apontavam asfixia e lesões na coluna, na cabeça e no rosto.
A veterinária de 41 anos relatou que chamou a Polícia Militar logo após a agressão e que os policiais chegaram ao local em dois minutos. De acordo com a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada às 23h, no bairro Boa Esperança. O médico foi detido e encaminhado para a Central de Flagrantes, onde foi ouvido pelo delegado plantonista e preso pelo crime de lesão corporal dolosa (quando há intenção), baseado na Lei Maria da Penha.
A juíza Silvana Ferrer Arruda, da Quinta Vara Criminal, decidiu pela soltura do médico na quarta-feira (12). No despacho consta que Leonardo terá que usar tornozeleira eletrônica, não poderá chegar a menos de dois metros de distância de Cristiane e deverá comparecer periodicamente à Justiça. Pelas redes sociais, a veterinária agredida disse que receberá um botão do pânico.
A reportagem tentou contato com a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, que investigará o caso. No entanto, a Polícia Civil afirmou que, por se tratar de crime envolvendo violência doméstica e familiar, detalhes não serão repassados para preservação da vítima e para não atrapalhar as investigações.
Defesa alega difamação
Procurada por Universa, a advogada de defesa de Leonardo Bussiki, Mariney Neves, afirmou que o médico já havia prestado queixa contra Cristiane Budib e alegou que seu cliente é alvo de difamação. "Ele tinha prestado uma queixa contra ela no dia anterior", disse. À reportagem, a polícia confirmou que há um Boletim de Ocorrência aberto contra a veterinária por difamação na segunda-feira (10).
Perguntada se o outro processo contra o seu cliente pode pesar contra ele, Mariney disse não estar preocupada. "Sou advogada dele somente no processo atual, mas não acredito (que possa pesar). O meu cliente provará a verdade real dos fatos. Ele vai manifestar e provar sua inocência no transcorrer da instrução processual", respondeu.
Veterinária apaga conta nas redes sociais
A reportagem tentou contato com a veterinária, mas ela não quis se manifestar. Na noite de ontem, ela decidiu apagar sua conta na rede social na qual fez a denúncia.
Bruna Citadella Alves, cunhada de Cristiane, disse que a veterinária optou por preservar o direito de ficar em silêncio, sendo amparada pela família. "Acredito que se ela ainda não se manifestou novamente é porque precisa de um tempo para si mesma. As medidas cabíveis já foram tomadas e detalhes apenas ela poderá ou não fornecer", destacou.
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