Polícia indicia empresário e ambulante que assediaram praticantes de ioga
A Polícia Civil finalizou três investigações e indiciou o empresário Ricardo Roriz e o ambulante Celso Lins Bastos pela gravação e divulgação na internet no início do mês de um vídeo em que faziam comentários machistas sobre um grupo de mulheres que praticava ioga na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio.
De acordo com a delegada Valéria Aragão, Roriz foi responsabilizado criminalmente por perturbação da tranquilidade, ato obsceno, injúria qualificada e incitação ao crime de violência contra a mulher. Já Celso Bastos foi responsabilizado criminalmente por perturbação da tranquilidade, ato obsceno e injúria qualificada.
O advogado Valdo Tavares, que defende o empresário e o ambulante, argumenta que as três investigações tratam de fatos de menor potencial ofensivo e que espera ser notificado pela Justiça para se manifestar nos autos.
Vítima comemora o indiciamento
A advogada Mariana Maduro, que teve a sua imagem exposta na internet com palavras de cunho sexual, comemorou a celeridade do trabalho da Polícia Civil e deseja que a visibilidade dada ao caso ajude outras mulheres a saírem do silêncio para fazer denúncias.
"Agora, esperamos que Ministério Público possa atuar de maneira ativa e que consiga prevenir que outras mulheres sofram violências tais e quais pelo Brasil. Espero que os homens possam se conscientizar do quanto essa atitude é violenta e que as mulheres também se conscientizem", disse a Universa.
Entenda o caso
Ricardo Roriz, dono de uma loja de produtos militares, postou em suas redes sociais, com mais de 300 mil seguidores, um vídeo da advogada Mariana Maduro e de uma amiga praticando ioga.
Na gravação do dia 1° de agosto, ele fala a Celso Lins Bastos, que observa as mulheres: "Ó lá que que é um velho tarado. Celsão, tu é o maior doente sexual, hein Celsão. Tu fica só de voyeur."O ambulante responde com um gesto indicando o movimento sexual da masturbação: "eu gosto é pra blau blau".
Outro alvo das investigações foi a publicação de um segundo vídeo, no dia 5 de julho, também de mulheres fazendo ioga, em que Roriz fala: "Ninguém aqui quer ver ioga, queremos ver alcatra abrindo". Roriz também foi investigado por um vídeo em que critica a Lei Maria da Penha, de proteção às mulheres contra violência doméstica.
Ricardo Roriz e Celso Lins Bastos foram indiciados depois de gravar e divulgar vídeo com comentários obscenos sobre a advogada Mariana Maduro e uma amiga na Lagoa Rodrigo de Freitas.
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