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MP pede que Sara Winter pague R$ 1,3 milhão após vazar dados de criança

De Universa, em São Paulo

19/08/2020 16h50Atualizada em 19/08/2020 20h00

O MP-ES (Ministério Público do Espírito Santo) entrou na Justiça contra a militante de extrema direita Sara Winter, por ela ter divulgado dados pessoais da menina de 10 anos que foi submetida à interrupção de gravidez após ser estuprada — o suspeito é tio da criança.

A ação pede que Sara seja condenada a pagar R$ 1,3 milhão por danos morais ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da cidade de São Mateus (ES), onde a criança reside.

No último domingo (16), a ativista, cujo nome real é Sara Giromini, publicou nas redes sociais informações sigilosas sobre a menina, como nome e em qual hospital ela realizaria o aborto autorizado pela Justiça capixaba.

Na ocasião, ela incitou manifestantes contrários ao aborto a protestarem em frente ao hospital, o Cisam (Centro Integrado Amaury de Medeiros), no Recife. No domingo, dezenas de pessoas proferiram ofensas à criança e à sua família, e algumas tentaram forçar a entrada no local.

O promotor Fagner Cristian Andrade Rodrigues, autor da ação, alega que a extremista "expôs a criança e a família dela, em frontal ofensa a toda a ordem jurídica protetiva da criança e do adolescente, conclamando seguidores a se manifestarem".

Em nota, o MP lembra que "crianças e adolescentes não podem ser 'objeto de interferências arbitrárias ou ilegais em sua vida particular, sua família, seu domicílio ou sua correspondência, nem de atentados ilegais a sua honra e a sua reputação". O texto destaca, ainda, que menores "têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade".

Desde que publicou os dados da menina, Sara Winter teve seu perfil no YouTube derrubado pela plataforma, foi alvo de uma notícia-crime protocolada por deputados do Distrito Federal e de um pedido de investigação no MPF (Ministério Público Federal). Uma petição on-line já reúne mais de 100 mil assinaturas pela abertura de um processo contra ela.

O MPES (Ministério Público do Espírito Santo) entrou na Justiça contra Sara Winter, por ela ter divulgado dados pessoais da menina de 10 anos que foi submetida a um aborto após ser estuprada -- o suspeito é um tio da criança.