Suspeito de estuprar sobrinha de 10 anos fugiu de táxi e tinha escolta
O suspeito de estuprar a sobrinha de 10 anos, em São Mateus (ES), fugiu da cidade em um táxi clandestino dois dias antes de ser preso. Em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi recebido por amigos, que estariam ajudando o homem a se esconder antes de se entregar à polícia na manhã de ontem. As informações foram confirmadas à reportagem de Universa por uma pessoa envolvida na investigação.
Em um vídeo, o homem de 33 anos afirmou que só iria se entregar para um único investigador, de nome Cláudio. Dois delegados afirmaram que Cláudio liderou a prisão do suspeito e estaria em contato com ele a todo instante. A reportagem tentou contato com o policial citado pelo suspeito, mas ele se negou a falar sobre o assunto.
Sob anonimato, uma pessoa ligada à investigação disse a Universa que o investigador Cláudio passou mais de uma hora conversando com o suspeito ao telefone, até que o homem de 33 anos aceitou se entregar à Polícia Civil. O pedido era que somente Cláudio fosse buscá-lo em Betim (MG).
Três dias antes da prisão, os policiais de São Mateus (ES) receberam uma denúncia de que o tio da menina de 10 anos estaria em Ibirapuã (BA). Os investigadores foram para o município e fizeram buscas em toda a região. Eles permaneceram durante três dias no local, mas não conseguiram localizar o homem. Na segunda-feira (17), Cláudio teria conseguido contato com os familiares.
O tio fugiu em um táxi clandestino pra Minas Gerais, onde tem amigos. Depois de muita insistência a família acabou convencendo o rapaz a falar com o policial. Quando o investigador ligou, ficaram mais de uma hora no telefone, até que ele convenceu o tio a se entregar. Ele chorava muito, sabia que estava com a cabeça a prêmio
Policial ligado à investigação que resultou na prisão de tio suspeito de estuprar sobrinha
Às 15h do mesmo dia, o investigador Cláudio foi a Betim (MG), acompanhado de outros policiais civis. A informação foi confirmada por um delegado ligado ao caso. O local onde o tio estava era em uma favela. Ele estava na rua, escoltado por outros dois homens desconhecidos.
"O que sabemos é que o local era bastante ermo. Os policiais tiveram que mandar foto do carro em que iriam estar, uma viatura descaracterizada, para que o tio não desconfiasse que seriam outras pessoas pra matar ele. Ele foi detido no meio da rua. Estava ciente do motivo da prisão, não resistiu em nenhum momento", contou a pessoa ligada à investigação.
A família do suspeito vem recebendo ameaças de morte todos os dias pelo celular, segundo relatos de vizinhos. A mulher e os dois filhos do suspeito estariam trancados em casa, com medo de serem mortos. Moradores contaram ainda que a mulher está evitando falar com as pessoas até mesmo do bairro.
Fake news
O suspeito de abusar sexualmente da menina de 10 anos realizou exame de corpo de delito ontem e foi levado em seguida para o Complexo Penitenciário de Xuri, por volta das 19h. Assim que chegou ao local, uma informação já havia viralizado na internet de que o homem teria sido espancado por outros presos e estaria internado em estado grave.
Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Sejus (Secretaria Estadual de Justiça do Espírito Santo) negou a informação. "A Secretaria da Justiça esclarece que é fake news o relato de agressão cometida ao acusado de abusar da menina de 10 anos. A Sejus ressalta que o interno recebe o tratamento penal devido e enfatiza que atua dentro da lei e com respeito aos direitos da pessoa humana", disse o órgão, através de nota.
Vítima teve alta de hospital
A menina de 10 anos recebeu alta do hospital e deixou o Cisam/UPE (Centro Integrado Amaury de Medeiros da Universidade de Pernambuco) na madrugada de hoje, após passar por procedimento para fazer o aborto autorizado pela Justiça. Segundo o hospital, ela recebeu alta por volta das 5h. A operação foi mantida em sigilo pela equipe médica para evitar novos tumultos e protestos como os registrados no último domingo, quando grupos radicais e religiosos foram ao local para contestar o aborto.
Em virtude do sigilo, não houve registro de tumulto na madrugada de hoje quando a garota recebeu alta. A coordenadora da enfermagem do Cisam, Benita Spinelli, diz que o destino dela será mantido em sigilo.
No mesmo esquema de segurança que ela chegou, ela saiu. A maternidade não participou. Como a maternidade é 24h, o chefe do plantão liberou, um carro veio e a levou
Benita Spinelli, coordenadora de enfermagem do Cisam
Ela afirma ainda que o estado clínico da criança é bom e que o foco agora é que ela cure os traumas da violência sexual sofrida nos últimos quatro anos.
"O estado de saúde é ótimo. Com todas as restrições que a situação pode causar, mas clinicamente ela está bem para seguir a vida", explica.
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