Taís Araujo volta a trabalhar e reação de filha comove: como prepará-los?
Com medidas de proteção rigorosas, a TV Globo retomou a gravação da novela "Amor de Mãe", pausada por conta da pandemia de coronavírus. Neste domingo (23), a atriz Taís Araujo contou no Twitter como sua filha, Maria Antônia, reagiu à saída dela para o retorno ao trabalho. "Quando falei pra minha filha que voltaria a trabalhar e teria que ir pra rua, ela correu e me abraçou. Achei que ela iria chorar, mas ela me disse: 'Desejo sorte, muita sorte, mamãe!'. Quem chorou fui eu...".
A resposta da menina à mãe comoveu os seguidores da atriz. Afinal, não é de hoje que os adultos buscam como ajudar as crianças a passarem pela pandemia de coronavírus - tanto em aspectos práticos, como relacionados à escola, quanto nos emocionais. O que já aprendemos com o tempo de isolamento social para repassar aos pequenos?
Filhos na pandemia: saída para o trabalho, escola e mais
Taís Araujo anunciou nas redes sociais que retornou às gravações de "Amor de Mãe", em que interpreta Vitória, inclusive "cantando Alcione, porque eu canto quando estou feliz". Para quem tem filhos, no entanto, a preocupação com a organização da agenda de trabalho (mesmo entre quem foi liberado para produzir de casa) com a rotina das crianças é uma questão desde o início da pandemia.
Para prepará-los para mais um momento de adaptação que pode ser carregado por medo e angústia, valem as regras a respeito de como tratar de assuntos mais delicados com elas: entre elas, guiar-se por perguntas que as crianças fizerem, e as colocas a par de coisas que poderão afetar o dia a dia da família.
Apoio de outros cuidadores
Estudos do Reino Unido concluíram que são as mulheres e os jovens que apresentam níveis maiores de ansiedade e estresse por conta da crise de saúde global que estamos vivendo. "O fato de as mulheres terem níveis mais altos de estresse pode ter relação com os 'malabarismos' para conciliar a educação dos filhos com o trabalho, além de ter outras pressões, demandas e preocupações", afirmou a professora de psicologia da saúde da Universidade de Nottingham, Kavita Vedhara, que está à frente da pesquisa, ao "HuffPost UK". "Elas também são mais propensas a serem demitidas."
No caso de Taís Araujo, o cuidado dos filhos mesmo com a retomada ao trabalho conta com o suporte do parceiro, o também ator Lázaro Ramos. Em entrevista para o programa Além da conta, do GNT, ele inclusive previu esse momento — em que permaneceria em casa para cuidar dos filhos, Maria Antônia e João Vicente, enquanto a artista sairia para o expediente. "Tá totalmente em tabelinha de Excel", disse à atriz Ingrid Guimarães, que apresenta a atração e respondeu, em tom de brincadeira. "Você vai se ferrar".
O apoio de outro cuidador, como o próprio pai, os avós, para voltar ao trabalho presencial não é a realidade de muitas mulheres - há quem tenha pedido demissão ou trocado e reduzido o horário no emprego para conseguir cuidar das crianças que não estão indo às aulas na escola.
Pela lei, não há nenhuma determinação que preveja a liberação de home office a mães (ou pais) que esteja vivendo situação de exceção e conflito de rotinas com as crianças que estão sem aulas. Isso não impede que os pais tentem negociar revezamento de trabalho presencial na empresa, como explica a advogada trabalhista Fabiana Fittipaldi, mestre em direito do trabalho com tese sobre mulheres e mercado de trabalho, consultada por Universa em março.
O projeto de lei 3428/20, que está no Senado desde junho, prevê "o teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho à distância de pai ou mãe de família monoparental até a reabertura da creche ou escola dos filhos com até doze anos incompletos".
Saúde mental das crianças na pandemia
Enquanto vivemos os desdobramentos reais da pandemia, os especialistas afirmam que cabe aos adultos se atentarem à saúde mental das crianças. Explicar o período de isolamento, a possível retomada ao trabalho e mudanças nos padrões do cotidiano dos pequenos faz parte das estratégias para que, mesmo com o ineditismo, o período de isolamento seja superado por seu filho.
Para VivaBem, o psicólogo clínico com 36 anos de experiência de atuação em emergências e desastres e consultor da Cruz Vermelha Olavo Sant Anna Filho explicou que os responsáveis devem usar o linguajar da criança e não devem mentir sobre a realidade.
Se ainda é possível manter o trabalho de casa, pais não devem se sentir culpados por interromper o expediente quando possível para dar atenção a elas. Reconheça a presença dos pequenos e valide seus sentimentos, mesmo que seja só dizendo 'vejo que você está frustrada porque a mamãe ou o papai está no telefone.
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