Machismo tem impacto até no estudo de pássaros, aponta pesquisa
Uma pesquisa publicada nesta semana na revista "Animal Behaviour" destaca a importância da diversidade acadêmica constatar que pesquisadoras mulheres têm maior probabilidade de estudarem o canto de fêmeas de pássaros do que os homens.
A informação pode ajudar a dimensionar o quanto a escassez de mulheres na ciência pode ser prejudicial. Um exemplo: há séculos, acredita-se que o canto é uma característica típica dos machos, como foi descrito por Charles Darwin. Mas em 2014 um estudo conduzido pela ornitóloga Karan Odom provou que esse não é necessariamente o caso — 70% das fêmeas cantam também.
Agora, o novo estudo conduzido por Casey Haines aponta que, dentre os pesquisadores que lideraram estudos sobre o canto das fêmeas, 68% são mulheres — que representam apenas 44% dos pesquisadores de cantos de pássaros em geral.
"Eu acredito que esse artigo seja um ótimo exemplo de como a diversidade expande o tipo de pesquisa conduzida por cientistas", afirma Haines em entrevista ao jornal da UMBC (Universidade de Maryland, Condado de Baltimore). Ela continua:
"Uma base diversa de pesquisadores pode resultar em novas perguntas sendo feitas, e novas abordagens para responder essas perguntas. Eu adoraria ver esse tipo de pesquisa aplicada a outras áreas das ciências exatas."
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