Deputada nos EUA é obrigada a levar bebê ao trabalho para poder votar
Uma deputada da Califórnia, nos Estados Unidos, teve de levar sua bebê recém-nascida até o local de trabalho, a assembleia legislativa do estado, porque foi impedida de participar remotamente de uma votação, apesar da pandemia de coronavírus e do pouco tempo de vida da criança.
A parlamentar Buffy Wicks pediu permissão para votar por procuração um projeto de lei habitacional, na segunda-feira (31), mas sua solicitação foi negada.
O porta-voz da assembleia, Anthony Rendon, decidiu que ela teria de votar pessoalmente ou então não votar. De acordo com as regras da assembleia para a covid-19, criadas em julho de 2020, só pessoas em grupo de risco podem fazer uso de um procurador nas votações. O caso de Wicks, mãe de uma criança nascida há um mês, no entanto, não foi considerado "válido".
Durante a votação, a parlamentar explicou por que se sujeitou a essa situação, no mínimo, constrangedora.
"Eu estava amamentando minha filha quando essa lei entrou, e corri porque acredito fortemente que precisamos aprová-la", disse Wicks, de acordo com o site Mashable.
"Estamos 3,5 milhões de casas atrás do que precisamos", ela afirmou. "Por favor, por favor, aprovem esse projeto de lei, e eu vou terminar de alimentar minha filha", com a criança já chorando em seus braços.
Wicks teve de dirigir por cerca de 120 km para participar da votação. O projeto não foi aprovado.
Na noite de ontem, Rendon emitiu uma declaração pública se desculpando por não ter amparado a deputada.
"Inclusão e eleger mais mulheres para a política são elementos centrais de nossos valores democráticos. No entanto, eu falhei em garantir que nosso processo levasse em consideração as necessidades únicas de nossos integrantes. A Assembleia precisa fazer melhor. Eu me comprometo a fazer melhor", diz o comunicado.
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