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'Dizer que sou apenas mulher ou apenas homem me dá sono', diz Tilda Swinton

03.09.2020 - Tilda Swinton em première de "The Human Voice", no Festival de Veneza - Vittorio Zunino Celotto/Getty Images
03.09.2020 - Tilda Swinton em première de 'The Human Voice', no Festival de Veneza Imagem: Vittorio Zunino Celotto/Getty Images

De Universa, em São Paulo

03/09/2020 09h40

Tilda Swinton não está interessada em rótulos.

A atriz, que já interpretou vários personagens que desafiam classificações de gênero (vide "Orlando" e "Doutor Estranho"), disse no Festival de Veneza que apoia a decisão de outro grande festival, o de Berlim, de não separar mais atuações masculinas e femininas nas premiações.

Os humanos estão tão interessados em divisão, em categorizar todos nós. Estamos só começando a entender que este não é o caminho certo -- não é bom dividir as pessoas e prescrever um caminho de vida para elas por causa dessa divisão, seja ela baseada em gênero, raça ou classe. [...] Eu me sinto triste dizendo que sou definitivamente heterossexual, ou definitivamente homossexual, definitivamente mulher, ou definitivamente homem. Isso me dá sono.
Tilda Swinton rejeita rótulos de gênero e sexualidade

Tilda ainda disse achar que a decisão de Berlim deve se estender para outras premiações e eventos de cinema. "Parece meio inevitável que todo mundo vá seguir este exemplo. Me soa meio óbvio. A ideia de estar fixada em uma categoria é claustrofóbica para mim", comentou.

A atriz falou também sobre a abordagem única que traz a sua carreira — de fato, ela nem gosta de usar esta palavra.

Eu não reconheço este conceito de 'carreira'. Eu tenho uma vida. Nunca tive a intenção de começar com filmes experimentais e um dia passar disso para o mainstream. Os papéis em filmes de orçamento maior vieram até mim, eu nunca os busquei. A montanha veio a Maomé.
Tilda Swinton analisa sua trajetória em Hollywood