Bela Gil e filho têm foto banida no Instagram: há regra pra exibir criança?
"A gente é um grude, eu sei e amo!" é a descrição de uma foto de mãe e filho agarrados, de frente para o espelho, sorrindo em direção ao celular. Na selfie publicada no Instagram, a apresentadora Bela Gil está ao lado de Nino, 4 anos. Ele, sem roupa, e ela, de calça jeans, aparentemente sem sutiã ou outra peça que cubra os seios. Bela recebeu uma chuva de comentários positivos e mais de 62 mil curtidas na imagem. A foto, no entanto, foi removida pela plataforma.
Três dias depois do sumiço do post, Bela colocou o registro de novo na rede social. Na legenda, exaltou que era uma "expressão de ternura, dengo e afeto" entre os dois. Acumulou mais de 89 mil curtidas.
O @instagram apagou, mas posto esta foto mais uma vez em nome do verdadeiro amor entre mãe e filho. É coisa de pele, sim! Haters, façam o grande favor de denunciar os pedófilos e abusadores sexuais e não a expressão de ternura, dengo e afeto entre eu e meu filho. Agradecida!!!.
Após contato de Universa com a plataforma, a foto original reapareceu no feed da famosa.
Mas não é de hoje que as políticas e diretrizes para os usuários das redes sociais - em especial, do Instagram — geram dúvidas entre quem usa as plataformas para dividir momentos da vida. Pais colocando fotos de menores, então, é um tema recorrente no mundo da segurança digital.
Afinal, o que diz o Instagram sobre a disponibilidade de foto, como a que Nino aparece, nos feeds dos usuários?
Foto de Bela Gil foi removida do Instagram: entenda
O Instagram exclui fotos de seios femininos em que aparecem os mamilos. Universa já fez matéria sobre o tema e, na ocasião, a plataforma disse que procedimento é para garantir a segurança das usuárias - impedindo que, por exemplo, nudes sejam compartilhados sem o consentimento da pessoa fotografada ou que pornografia infantil seja distribuída. Registros de mamilos masculinos, entretanto, não são retirados do ar.
No caso da imagem de Bela Gil e Nino, Universa apurou que o fato de ter "muita pele exposta" pode ter sido um dos critérios para que a publicação fosse removida. Isso está previsto entre as dicas do Instagram para os pais em relação à privacidade e segurança.
As situações são julgadas não pela quantidade de usuários que denunciam a foto, mas pelo tipo de conteúdo que é veiculado. Isso significa que se há um risco de a foto de uma criança sem roupa representar material de exploração de nudez infantil, ela poderá ser tirada do ar.
"Por motivos de segurança, podemos remover algumas imagens que apresentam crianças nuas ou parcialmente nuas. Mesmo quando o conteúdo é compartilhado com boas intenções, ele pode ser usado por outras pessoas de maneira inesperada", avisa o comunicado de diretrizes da comunidade do Instagram.
Foi um erro
Em reação à eliminação da foto da apresentadora, os seguidores comentaram que o amor de mãe e filho "não foi suportado" pelo Instagram. "Aceitem afeto", escreveu uma usuária. "Linda essa foto, só vejo amor", comentou outra.
Por nota, um porta-voz do Facebook, empresa a que o Instagram pertence, disse que a remoção da foto de Bela Gil foi um erro. "Milhares de conteúdos são reportados e revisados semanalmente pelas equipes do Instagram e, às vezes, removemos conteúdos que não deveríamos. Foi o que aconteceu com o conteúdo em questão e pedimos desculpas. Trabalhamos para corrigir o erro assim que fomos notificados e o conteúdo já foi restaurado".
Tentamos contato por e-mail com Bela Gil para comentar o caso, mas até o fechamento da matéria, não recebemos resposta.
Quem define isso?
Segundo o Instagram, revisores humanos e um sistema de inteligência artificial trabalham na avaliação dos conteúdos e sua correspondência com as diretrizes da rede. Acontece que desde a pandemia global de coronavírus, o mapeamento tem sido mais automatizado, diz a empresa, "priorizando cuidadosamente os relatórios do usuário e alterando temporariamente o processo de recursos".
Foto dos filhos na internet: há limites para compartilhar?
Decidir pela exposição dos filhos nas redes sociais, é claro, cabe aos pais ou adultos responsáveis pelo menor. Pesquisadores de comportamento e empresas de segurança digital, entretanto, se debruçam sobre o tema para contextualizar os limites impostos pelas próprias plataformas e como o cuidado com a divulgação das fotos e vídeos deve ser uma preocupação dos usuários das redes.
Uma pesquisa divulgada em 2019 pela Kaspersky Lab, marca do mercado de cibersegurança, mostrou que 39% dos brasileiros entrevistados publicavam nas redes sociais fotos de seus filhos, irmãos, sobrinhos ou outros menores de idade, em que aparecem com pouca roupa.
Na ocasião, o diretor da Equipe de Pesquisa e Análise para a América Latina da empresa pontuou que "antigamente, fotos espontâneas de crianças eram tiradas desajeitadamente, mas os pais preservavam e as compartilhavam em álbuns de fotos dentro de suas casas. Como profissional de cibersegurança, que passa muito tempo em redes sociais, fico impressionado com o que os usuários podem compartilhar online e como estamos expondo nossos filhos a viverem um tormento no futuro".
Um estudo britânico de 2015 mostrou que crianças de até 5 anos têm em média 195 fotos publicadas por ano nas redes sociais dos pais. As crianças também geram conteúdo "para terceiros" muito facilmente: 53% dos entrevistados disseram que postaram fotos de menores que não eram seus filhos e, entre eles, apenas 12% pediu autorização dos responsáveis pela criança.
Entre os cuidados de segurança recomendados pela Kaspersky Lab estão manter o perfil privado nas redes sociais, caso você se sinta mais seguro, não criar um perfil para o menor, levando em conta o fato de que as imagens compartilhadas podem 'se perder' pelo repositório da internet, e não compartilhar imagens dos filhos, sobrinhos em situações em que apareçam suas partes íntimas.
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