Bachelet: Mulheres chefiam 75% dos países que melhor lidaram com a pandemia
A Alta Comissária para Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, destacou ontem o papel das mulheres chefes de Estado no trabalho para conter a pandemia da covid-19.
Em entrevista concedida ao País, Bachelet afirmou que, dentre os doze países que melhor conduziram políticas contra o novo coronavírus, "nove são liderados por mulheres".
Para a chilena, faltou liderança política aos países que têm tido mais dificuldade para lidar com o vírus. "Cada país tem olhado para si mesmo. Entendo, no entanto, que qualquer ministro da Saúde sabe que não há vírus que respeite as fronteiras e devemos cooperar", declarou Bachelet.
Elas adotaram o lockdown mais cedo que eles
Um estudo do Fórum Econômico Mundial divulgado em agosto aponta que países liderados por mulheres conseguiram atravessar melhor a pandemia. São citadas como referência Alemanha (liderada por Angela Merkel), a Nova Zelândia (Jacinda Ardern), a Dinamarca (Mette Frederiksen), Taiwan (Tsai Ing-wen) e a Finlândia (Sanna Marin).
A pesquisadora Supriya Garikipati, co-autora do estudo e economista da Universidade de Liverpool, destacou que esses países adotaram o regime lockdown antes das nações comandadas por homens como grande ponta de virada na condução das políticas de saúde.
"Em quase todos os casos, elas iniciaram o lockdown antes dos líderes homens em circunstâncias similares. Apesar das possíveis consequências econômicas a longo prazo, isso certamente ajudou esses países a salvarem vidas, como apontam os números de mortes significativamente mais baixos nesses países", afirmou.
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