MT: Homem confessa estupro e assassinato de garota desaparecida há 10 anos
Após dez anos de investigação, a Polícia Civil do Mato Grosso conseguiu desvendar o sumiço de Sara Vitória Fogaça Paim. Ela desapareceu em 2010, quando tinha 5 anos, ao sair de casa para brincar, em Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá. O inquérito concluiu que a garota foi estuprada e morta por um pedreiro, preso anteontem. Ele confessou o crime e indicou onde enterrou a vítima.
A investigação agora se concentra para encontrar os restos mortais da menina em um terreno de Sorriso. As buscas iniciaram na manhã de hoje com uso de uma retroescavadeira, com acompanhamento de peritos.
O suspeito, que não teve o nome divulgado, foi indiciado por homicídio qualificado (por asfixia), estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. As penas somadas podem chegar a 48 anos de reclusão. Ele está no Centro de Ressocialização de Sorriso e ainda não constituiu advogado.
Dez anos de buscas
De acordo com a Polícia Civil, a menina sumiu na tarde de 1º de junho de 2010. Ela saiu de casa para brincar próximo ao estádio de Sorriso, mas não chegou ao destino. O caso mobilizou voluntários na cidade, que passaram dias procurando pela menina. O inquérito colheu dezenas de depoimentos ao longo de mais de 400 páginas nos últimos dez anos.
A última informação sobre um eventual suspeito chegou à Polícia Civil em agosto deste ano. Os investigadores confirmaram os dados a partir de cruzamento de informações e chegaram ao pedreiro.
"A cidade parou por uma semana para ir atrás, pelos matos, terrenos baldios e córregos. Fizemos diversas diligências. Várias pessoas foram ouvidas, chegaram muitas informações. Neste ano, recebemos uma denúncia de que o suspeito estaria na cidade. Fomos atrás e os dados começaram a confirmar", disse o delegado André Eduardo Ribeiro.
A Polícia Civil reuniu provas e pediu a prisão temporária do pedreiro, hoje com 58 anos. A 1ª Vara Criminal de Sorriso expediu o mandado anteontem, cumprido no mesmo dia. A detenção é válida por cinco dias. Em depoimento, ele confessou o crime e mostrou arrependimento, revelou o delegado.
"Ouvimos as testemunhas e pedimos a prisão. Com isso, efetuamos o mandado e colhemos o depoimento de mais uma 'pessoa-chave'. Ela precisava ser ouvida com este suspeito preso, pois poderia interferir no depoimento. Nós também o interrogamos e gravamos tudo. Contou com detalhes o que ocorreu há dez anos. Se demonstra muito arrependido e disse que confessando estaria tirando um peso da própria consciência", relatou Ribeiro.
Suspeito atraiu garota com carona
Em depoimento, de acordo com a Polícia Civil, o homem confessou que trabalhava como pedreiro em construção civil no percurso entre a casa da vítima e o local onde ela iria brincar, geralmente frequentado por diversas crianças. A garota passou pelo suspeito por volta das 16h. Ele estava de bicicleta e ofereceu uma carona para menina, mas depois a convidou para ir à construção civil onde trabalhava.
No local, conforme confessou, o crime de abuso sexual teria ocorrido. A Polícia Civil diz que o homem revelou ter matado a menina por asfixia após ela chorar. O corpo foi colocado em um saco de estopa e enterrado em um terreno baldio, até hoje sem construção.
Depois de cometer o crime, o investigado fugiu de Sorriso para morar em Mato Grosso do Sul. Ele residia em outro estado até agosto, quando retornou à cidade mato-grossense e foi denunciado anonimamente.
"Logo após o crime, ele foi embora de Sorriso sem avisar a família. Existe até um boletim de ocorrências registrado pela então esposa informando do desaparecimento do marido. Ele retornou há algumas semanas e estava morando de novo em Sorriso", comentou o delegado Ribeiro.
Com a prisão do suspeito, o inquérito foi concluído e a investigação agora se desdobra em achar os restos mortais da criança. "Será difícil encontrar porque apesar de o terreno ainda estar baldio, o proprietário já limpou, escavou, patrolou e fez outros serviços ali, além de terem se passado dez anos. Mas estamos nas buscas para encontrar os restos mortais e entregar à família dessa menina", finalizou o delegado.
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