Luísa Sonza sofre ataques: existe responsabilidade afetiva pós-termino?
Desde que assumiu seu namoro com o cantor Vitão na tarde de ontem (10), Luísa Sonza se tornou um dos assuntos mais comentados do país e vem se defendendo de ataques na internet. Parte do público não gostou na novidade, principalmente porque a cantora anunciou o fim do casamento com o humorista Whindersson Nunes em abril deste ano — e Vitão era amigo de ambos. Um comentário feito pelo cantor em uma foto antiga dos dois, no qual se referia a eles como "meu casal", virou motivo de piada nas redes sociais e a expressão ficou entre as mais citadas do Twitter.
Enquanto Whindersson brinca sobre o assunto e recebe chuva de likes nas redes sociais, Luísa precisou usar o Instagram para rebater as críticas. Em vídeo postado nos stories, ela relembrou que é alvo de ataques de ódio desde que iniciou sua carreira e garante que já sofreu muito por causa disso, mas que hoje desistiu de tentar provar seus pontos de vista e de se importar com a opinião de terceiros sobre a vida pessoal. Ela agradeceu o carinho dos fãs e garantiu que não deixará de compartilhar momentos felizes ao lado do namorado em função dos comentários maldosos.
A maneira como Luísa agiu ao apresentar o novo relacionamento foi na contramão das expectativas do público — que a acusa de não ter pensado o suficiente no ex-marido. Mas até que ponto é possível cobrar de alguém uma responsabilidade afetiva depois do término?
Empatia antes, durante... E depois?
A psicóloga Triana Portal explica que ter responsabilidade afetiva é o mesmo ter empatia. "É se preocupar e cuidar dos sentimentos de alguém que você cativou, buscando entender suas expectativas e necessidades", aponta.
É comum ouvirmos falar da necessidade de agir com responsabilidade quando as relações estão se iniciando, já que nem sempre os desejos de ambos estão alinhados — e, para que ninguém saia magoado ou iludido, o ideal agir com sinceridade, evitando "jogar" com o outro. "Há por exemplo, quem diga que não está em busca de algo sério mesmo envolvido, a fim de manter uma imagem de durão. Isso atrapalha a troca de afeto e deixa o parceiro inseguro", explica. O contrário, manter alguém que está apaixonado por perto mesmo sabendo que o sentimento não é recíproco, também não é o ideal e pode deixar o outro machucado.
Mas e quando a relação termina: ainda existe a necessidade de ser empático? É preciso esperar o tempo passar, por exemplo, para anunciar um novo amor? Segundo a psicóloga tudo depende das expectativas e do temperamento de cada um. "Todos temos o direito de viver intensamente o começo de uma paixão e ninguém precisa se conter nesse sentido. Mas se existe preocupação com o ex, uma possibilidade é ser discreto com as redes sociais, oferecendo ao outro tempo para que possa se recuperar e se refazer", indica.
A psicanalista Sandra Hott dá ainda outra sugestão: a de que ambos se distanciem para que possam elaborar o luto da perda. "Forçar uma amizade logo de cara nem sempre é uma forma segura de evitar machucados. Um bom tempo de separação pode ajudar ambos a colocarem as coisas no lugar mais do que a proximidade", opina. Na visão da especialista, um dos lados sempre sai de um compromisso mais machucado do que o outro, por isso o distanciamento é tão indicado.
Em compensação, para quem está engatando uma relação com alguém que era do convívio do casal, a recomendação de Triana é outra: "A tendência é de que exista um desconforto ou até uma sensação de traição por parte do ex-parceiro. A dor do outro, em casos do tipo, costuma ser inevitável, mas pode ser minimizada através da comunicação. Contar sobre a novidade pode ser melhor do que deixar que ele fique sabendo por terceiros", diz.
No entanto, Triana reforça, estas atitudes não são obrigatórias. "Responsabilidade afetiva não deve ser cobrada e nem imposta. Acordos podem ser feitos entre as partes, mas o limite entre a liberdade individual e a preocupação com o outro deve ser medido por cada um", garante. Ou seja: a própria felicidade não pode ser prejudicada em função das expectativas externas e nem faz sentido que pessoas de fora da relação opinem ou imponham suas verdades para o ex-casal. Cabe a cada um decidir o que é melhor para si mesmo.
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