Maioria das mulheres faz 'sexting', inclusive em países mais conservadores
Um estudo global com 130 mil mulheres em 191 países mostra que mais de 60% delas fazem "sexting" — ou sexo pelo celular —, mesmo vivendo em países mais conservadores e onde a desigualdade entre gêneros é maior.
Realizada pelo Instituto Kinsey, da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, em parceria com a Clue, uma empresa de saúde feminina com sede em Berlim, na Alemanha, a pesquisa foi publicada na revista PLOS ONE e oferece uma avaliação sem precedentes de como as mulheres interagem com aplicativos relacionados a namoro e sexo para melhorar sua vida sexual, de acordo com o site Phys.org.
A autora principal do estudo, Amanda Gesselman, diretora associada de pesquisa no Instituto Kinsey, diz que "este é o primeiro estudo capaz de nos dar uma visão sobre o uso da tecnologia na vida sexual de um grande número de mulheres em todo o mundo".
"Sexting"
Mais da metade das entrevistadas (57,7%) relataram ter recebido ou enviado mensagens de "sexting", e isso foi consistente em todas as áreas geográficas. Os pesquisadores ficaram surpresos ao saber que mulheres em países com maior desigualdade de gênero têm quatro vezes mais probabilidade de se dedicar à prática do que em países em regiões mais igualitárias no mundo.
"Isso sugere que os ideais mais conservadores em relação aos papéis de gênero não impedem necessariamente que as mulheres se envolvam em tabus ou comportamentos proibidos", disse Virginia Vitzthum, professora de antropologia da Universidade de Indiana, cientista sênior do Instituto Kinsey e pesquisadora sênior da Clue.
"Essa percepção abre uma linha de investigação inteiramente nova para entender como as mulheres navegam nas expectativas sociais para atender às suas próprias necessidades e desejos."
O estudo também descobriu que mulheres em lugares com maior desigualdade de gênero tinham duas vezes mais probabilidade de relatar que usaram aplicativos para melhorar suas relações sexuais, enquanto mulheres de lugares com menor desigualdade eram mais propensas a relatar que usaram aplicativos para aprender sobre relações sexuais.
"Esta é uma distinção importante para pesquisadores que podem estar criando programas ou intervenções educacionais, porque indica que as mulheres em áreas de maior desigualdade não estão necessariamente procurando por educação sexual, como podemos conceituar nos Estados Unidos ", disse Gesselman. "Em vez disso, essas mulheres estão procurando especificamente construir sobre o que já possuem".
Melhorar relacionamento
Entre os 11% de mulheres em todo o mundo que relataram usar um aplicativo para melhorar seu relacionamento, os três motivos mais comuns são: permanecer conectada com um parceiro que não podia ver pessoalmente (5%); facilitar a exploração de novas experiências sexuais, como novos brinquedos ou posições sexuais (3,6%); e ajudá-la a aprender o que seu parceiro acha excitante (3,4%).
Encontrar parceiros
O estudo descobriu que cerca de um quinto (21,8%) das mulheres usavam aplicativos no celular para encontrar parceiros. Isso era mais comum na Oceania (uma em cada três) do que na América do Norte e na Europa (uma em cada quatro) ou na Ásia e na África (uma em cada cinco).
Globalmente, as mulheres relataram que os tipos mais comuns de parceiros que procuravam eram de curto prazo (9%), de bate-papo e/ou sexo (8,7%), ou parceiros de longo prazo (8,6%). A exceção foram as mulheres na África Oriental, que relataram buscar "amigos com benefícios" (8,1%) e parceiros de longo prazo (4,1%) mais comumente.
"Experiência positiva"
Uma das descobertas mais empolgantes para os pesquisadores foi que, apesar das diferenças globais em como as mulheres relataram o uso de aplicativos para namoro ou para fins sexuais, o ato de buscar informações por meio de telefones celulares conectados à internet foi uma experiência positiva para a grande maioria das mulheres no estudo. Menos de 1% relatou globalmente os aplicativos como prejudiciais (0,2%) ou inúteis (0,6%).
"Há um desejo quase universal de buscar conexões românticas e sexuais", disse Vitzthum.
Os dados para a pesquisa foram coletados por meio de um questionário anônimo, desenvolvido pela Clue com a consulta dos pesquisadores colaboradores. As participantes foram recrutadas por meio da newsletter, site e redes sociais da Clue e pelas redes sociais do Instituto Kinsey.
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