Sapatilha que Ingrid Silva pintava com base vira peça de museu nos EUA
O mês de setembro tem sido especial para a bailarina Ingrid Silva. Duas semanas após anunciar a gravidez pelo seu Instagram de um jeito especial, com uma carta, passos de balé e um vídeo dirigido por Taís Araújo, a brasileira comemora outra novidade: suas sapatilhas agora fazem parte do acervo do Museu Nacional de Arte Africana Smithsonian, nos Estados Unidos. Ingrid, que é negra, precisou por anos pintar as sapatilhas com base para deixá-las da mesma cor de sua pele.
O anúncio da peça em exposição no Museu foi feito pelo próprio perfil da instituição no Twitter. "A bailarina negra Ingrid Silva usava base para combinar seus calçados com seu tom de pele. Silva nasceu no Brasil e se mudou para Nova York, para treinar no Dance Theater of Harlem, onde é agora membro principal da companhia", diz a legenda.
Em seu Twitter, Ingrid comemorou a conquista. Confira alguns de seus posts:
Carioca da zona central do Rio de Janeiro, Ingrid Silva é um dos principais nomes do balé clássico da atualidade e é um dos destaques da companhia Dance Theater of Harlem, de Nova York - o grupo foi fundado em 1969 por Arthur Mitchell, o primeiro bailarino negro do New York City Ballet, e traz desde sua criação uma proposta multirracial, defendendo sempre a diversidade e a inclusão.
Ingrid, que tem 30 anos, manteve o costume de pintar as sapatilhas por 11, hábito que ela só pode abandonar recentemente, em novembro de 2019, quando recebeu o primeiro par compatível com seu tom de pele. A primeira sapatilha de ponta que combinasse minimamente com a pele negra começou a ser produzida em larga escala só no ano de 2017, pela marca Gaynor Minden. Como os registros das primeiras sapatilhas de ponta da história datam de 1820, isso significa que levou quase 200 anos para que as bailarinas negras tivessem um modelo pensado para elas.
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