"É um verdadeiro atropelamento", diz Sabrina Parlatore sobre câncer de mama
Ouvir mulheres falando da força transformadora que eventos traumáticos podem provocar em suas vidas é, além de inspirador, um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce para garantir chances de cura.
Na noite de quinta-feira, Costanza Pascolato, Sabrina Parlatore, Vânia Castanheira e Debora Aquino se uniram para dividir a experiência de vencer uma das doenças que mais atingem as mulheres do Brasil.
O evento foi promovido pela marca italiana de lingerie Intimissimi e a marca clean beauty Biossance. Durante o mês de outubro, elas irão reverter 10% das vendas de um kit e de linhas específicas para a campanha do Outubro Rosa, em parceria com a ONG Américas Amigas, que trabalha para oferecer procedimentos como mamografia e outros exames que auxiliam na detecção e tratamento da doença.
"Tirei o sutiã e senti o nódulo. Eu não pensei que fosse um câncer porque tinha feito um ultrassom havia pouco tempo", conta Vânia Castanheira, que enfrentou o diagnóstico quando se preparava para engravidar, aos 31.
"Senti o caroço, passei por toda a experiência dolorosa que todas nós passamos", diz a cantora Sabrina Parlatore, que teve que insistir após o primeiro médico julgar que não era nada preocupante. "O protocolo de tratamento é bastante agressivo. Eu passei por 16 sessões de quimioterapia e outras 33 de radioterapia, além de uma cirurgia."
Sabrina conta que o desafio maior foi a quimioterapia. "Os efeitos são bastante fortes, foram 6 meses, é muita coisa. A gente demora para se recuperar de um tranco desse, é um verdadeiro atropelamento. São inúmeros os efeitos colaterais, que vão muito além da careca, do enjoo, tive ao menos 40 efeitos diferentes."
"Só de ouvir o nome [da doença], já te dá uma desarticulação total", completa Costanza, que descobriu o primeiro nódulo em 1993. O segundo apareceu quase 20 anos depois. "Só que dessa vez eu quis saber de tudo até o fim, entender o máximo possível sobre a doença, não ficar só entregue à voz dos médicos."
"Quando ouvi o diagnóstico, estava em frente à minha filha de 2 anos e pensei: se eu morrer agora, o que estou deixando para ela? E não estava deixando nada", conta Deborah Aquino.
O lado bom da experiência ruim
O momento da descoberta, a desconfiança, o enfrentamento, as dúvidas, a quimioterapia. Para todas elas, porém existe um maior que todos: a ideia de que houve transformação.
"Todo mundo que passa por um baque desses passa também por uma revisão de vida. A maior transformação para mim foi ter encontrado o caminho da música. Não tinha coragem, não acreditava", diz Sabrina, que hoje é cantora.
Já Vânia conta que trabalha havia 2 anos no limite do esgotamento, quando a doença a fez repensar o próprio esforço. "Qual era meu propósito?", se questionou. "Foi um momento muito transformador, mudou minha vida. Passei a me sentir mais responsável pelas minhas escolhas."
Costanza conta que focou na maternidade. "O que eu quis foi ser a melhor mãe possível, ser um exemplo, e queria mostrar para elas que tudo pode ser uma vantagem, inclusive um câncer. Comecei a dormir melhor, comer melhor."
"Valeu esse sofrimento pela transformação que eu tive", complementa Deborah.
Juntas, elas recomendam que se preste mais atenção aos sinais do corpo e à consciência sobre as próprias ações. Sabrina e Costanza recomendam a meditação. "Aos poucos, você passa a agir de tal forma que o universo começa a conspirar a favor. Por isso eu acho que não vou ter mais nada grave", diz Costanza.
Sabrina, Vânia e Deborah mudaram, de alguma forma, o trabalho que faziam antes para algo mais próximo de seus anseios e conseguiram tirar da vitória sobre o câncer de mama uma ressignificação para suas vidas.
Todas indicam que o diagnóstico precoce, mesmo às vezes cercado de desconfiança do especialista, foi fundamental para o sucesso do tratamento e agora incentivam doações para um ONG que tem como propósito ampliar o número de exames para mulheres em áreas carentes.
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