Ludmilla: 'Tudo para a mulher preta dá mais trabalho, tem que ser provado'
A cantora Ludmilla usou suas palavras e visibilidade para lembrar que o feminismo tem que ser antirracista e como a responsabilidade é maior para as mulheres negras na sociedade.
"A mulher preta, além de defender o feminismo, tem que se preocupar com a luta contra o racismo. Tudo para a mulher preta dá mais trabalho, tem que ser provado mais vezes", disse em entrevista à Glamour.
Ludmillla foi questionada sobre diferenças entre os feminismos defendidos por mulheres negras e por mulheres brancas — muitas vezes, sem o recorte racial.
'Nós, pretos, não podemos mais deixar passar'
Negra e dona de uma marca importantíssima — Lud se tornou a primeira cantora negra latina com 1 bilhão de streams em suas músicas no Spotify — ela acredita que o sucesso pôde amenizar a violência racista contra ela, mas o que não significa que ele acabou.
"Se eu não fosse famosa, [talvez] as formas fossem mais grosseiras, mas o racismo é uma coisa que está tão incrustada em nossa estrutura, que todos nós precisamos prestar bastante atenção", alertou.
Sem regresso, só conquistas
Na sua visão, falar de racismo e enfrentá-lo ganhou um maior espaço na sociedade, com avanços para a população negra — a maioria do país.
Lud afirma que "não vamos recuar" e espera mais mudanças com os debates.
"Precisamos eliminar o racismo do mundo, não pode haver diferença, o preto tem que ter as mesmas oportunidades, porque ele também tem capacidade de ocupar os mesmos lugares que os brancos", completou.
Educação e saúde
A cantora apontou um caminho para reduzir as desigualdades entre negros e brancos no país, começando por duas áreas básicas e que deviam ser garantidas igualmente para toda a população: educação e saúde.
"As cotas estão aí há anos para dar aos meus a oportunidade de ingressar em uma faculdade pública. Mas é muito necessário também que a gente tenha condições de pleitear e conquistar a vaga de igual para igual com os brancos que estudaram em colégios bacanas", afirma.
Sobre a saúde, Ludmilla disse que "muitas doenças e desigualdade em saúde vêm das condições em que as pessoas nascem e vivem", o que poderia ser revertido pelo Estado.
"Enquanto houver desigualdade racial, nosso lugar será de subordinação e seremos invisíveis", afirmou.
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