Garota de programa é ferida com mais de 30 facadas por cliente em SC
Uma mulher transexual de 28 anos foi vítima de uma tentativa de latrocínio no sábado em Içara, no sul de Santa Catarina. Rebeka Curtts levou mais de 30 facadas, principalmente na cabeça e no rosto, e teve seu carro e celular levados por dois homens, um deles um cliente de longa data.
"É um cliente que eu já saio há alguns meses. No sábado, por volta das 5h30 ele me ligou para nos encontrarmos. Ele já estava me devendo um dinheiro e disse que iria pagar tudo e levar um outro amigo. Peguei meu carro e fui até o local combinado", disse Rebeka, que é natural de Uberlândia (MG) mas mora em Criciúma (cidade localizada a 10 km de Içara, onde ocorreu o crime) há 7 anos.
Ela relatou que quando estavam em uma estrada de terra, na zona rural da cidade, o homem tentou executar o pagamento em uma máquina de cartão, mas teve o procedimento recusado. Nesse momento, os dois homens puxaram cada um uma faca e começaram a desferir diversos golpes na cabeça e no rosto da vítima.
Sentindo medo e tontura, com o carro em movimento, Rebeka conseguiu destravar a porta do veículo e saltar para fora. Ela correu para um sítio próximo ao local para procurar ajuda e, nesse momento, o Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar socorro à vítima.
Rebeka foi encaminhada para o Hospital São Donato, no centro de Içara, onde recebeu atendimento e prestou depoimento para a Polícia Civil. Além dos ferimentos na cabeça e no rosto, a vítima também sofreu cortes nas pernas e nos braços.
Ela planeja uma manifestação em frente à delegacia da Polícia Civil de Içara na quinta-feira (22) para exigir justiça.
Investigações
De acordo com o delegado Rafael Iasco, da Polícia Civil de Içara, o veículo da vítima foi localizado e recuperado ainda na noite de sábado. O veículo estava abandonado.
Iasco também afirmou que a PM fez buscas na região, mas não encontrou os suspeitos, que ainda não foram identificados. Agora, um inquérito policial será instaurado pela Polícia Civil para apurar as circunstâncias do crime e também tentar identificar os dois homens.
Violência contra trans
Desde 2010, o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo. Os dados são do projeto de pesquisa Trans Murder Monitoring (TMM) que, desde 2008, monitora os homicídios de pessoas trans em todo o mundo.
Em 2020, o boletim dos assassinatos e da violência contra pessoas trans, feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), mostra que, mesmo em meio a pandemia, os assassinatos de pessoas trans no Brasil cresceu 70% até o dia 31 de agosto em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Foram 129 assassinatos de transexuais contra 76 no mesmo período de 2019. Em todo o ano anterior, foram registrados 124 assassinatos, ou seja, em apenas 8 meses a violência contra pessoas transexuais já superou os números do último ano.
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