Homem não gosta, mulher acha que é incômodo mesmo: tabus da menstruação
No quarto painel do evento Dia V, promovido por Universa com patrocínio de Bayer, realizado nesta sexta-feira (23), Thais Emy Ushikusa, ginecologista e gerente médica de saúde feminina da Bayer, comentou sobre como os tabus por trás da menstruação podem atrapalhar a saúde das mulheres.
Thais foi um das convidadas para falar no último painel do evento. Em "Ser mulher dói? Não é normal se sentir mal!", mediado pela jornalista Bárbara dos Anjos Lima, editora de Universa, conversou com a médica e também com Bruna Rocha, vice-presidente da ONG Crônicos do Dia a Dia e com Vivi Duarte, CEO da Plano Feminino.
"Sempre que falamos neste tema surge um certo alvoroço. Homem não gosta de ouvir, acha que não é com ele, às vezes tem nojo. Já as mulheres falam pouco sobre isso e, quando tocam no assunto, acreditam que se trata de uma experiência particular. Assim como cada pessoa tem uma cor de cabelo ou de olho, elas acham que cada uma vai ter a sua menstruação. Isso não é verdade, existem padrões de normalidade", comentou. Não estar atenta a esses padrões atrapalha no tratamento de desconfortos e doenças, uma vez que existem parâmetros médicos para delimitar o que é normal e o que não é durante o período menstrual.
"Quando está dentro do normal, a menstruação dura de três a sete dias e vem em intervalos de 21 a 38 dias. Seu fluxo não deve ser muito intenso", explica. Para ajudar a identificar sinais de alerta, a ginecologista recomenda conversar com outras mulheres sobre as próprias experiências. "Imagine que em uma conversa com as amigas todas ali menstruem e você note que é a única que precisa ir para o hospital todos os meses por causa de cólica, que desmaia ou que tem vazamentos constantes. Isso não é natural", alerta.
Thais relembra os resultados de uma pesquisa conduzida por Bayer com mulheres brasileiras, que indicou que aquelas que sofriam com Sangramento Uterino Anormal (SUA) levavam em média três anos para descobrirem o problema. "Elas dormem mal à noite, porque o sangue escorre pela cama e precisam trocar o absorvente. Precisam programar a roupa certa, os eventos e as atividades físicas para evitar vazamentos", exemplifica. Na maior parte das vezes, se estas mulheres tivessem recebido um tratamento adequado logo no início dos sintomas, não teriam passado por tanto tempo por este tipo de situação.
:: DIA V, UNIVERSA ::
Entre os dias 22 e 23 de outubro, Universa apresenta o evento Dia V, uma série de painéis sobre saúde e sexualidade femininas. Realizado em ambiente 100% digital, o Dia V, que tem o patrocínio de Bayer, reune 18 mulheres, de diversas especialidades, para debater ciclos femininos, autoconhecimento íntimo, autonomia e liberdade sexual e anormalidades que demandam avaliações médicas, mas que nem sempre são encaradas como problema.
Quinta-feira (22), 10h
"Segredo, solidão, tabu: da menarca a menopausa"
Mediação: Lia Rizzo, jornalista e curadora do Festival Dia V
Participações: Mc Soffia
Kamilah Pimentel, mãe e empresária de Mc Soffia
Isabela Correia, ginecologista e obstetra
Taciana Fortunati, terapeuta menstrual
11h
"Sexo, autonomia e escolhas: onde começa ou deveria começar a liberdade"
Mediação: Mayumi Sato, CMO da Sexlog e colunista do UOL
Participações: Ana Canosa, terapeuta e educadora sexual
Ana Gehring, fisioterapeuta pélvica e criadora do perfil Vagina sem Neura
Yasmine Sterea, empreendedora social e CEO do Free Free
Sexta-feira (23), 10h
"A era do autocuidado íntimo: um papo sobre autoconhecimento e minimalismo"
Mediação: Camila Brandalise, repórter de Universa
Andrea Menezes, ginecologista e obstetra
Isabel Dias, escritora
Laura Della Negra, fisioterapeuta especializada em assoalho pélvico
11h
"Ser mulher dói? Não é normal se sentir mal!"
Mediação: Bárbara dos Anjos Lima, editora de Universa
Participações: Bruna Rocha, vice-presidente da ONG CDD
Thais Emy Ushikusa, ginecologista e gerente médica de saúde feminina da Bayer
Vivi Duarte, CEO da Plano Feminino
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