Líderes católicos divergem sobre apoio do Papa às uniões homoafetivas
O apoio do Papa Francisco às uniões entre pessoas do mesmo sexo está sendo criticado abertamente por líderes católicos romanos na América. Eles falam que suas declarações causam "confusão e erro" e vão contra os ensinamentos da Igreja.
Em declaração feita ao filme, "Francesco", que entrou em cartaz esta semana na Itália, ele afirmou que os homossexuais precisam ser protegidos por leis de união civil. A declaração tem sido entendida como a forma mais clara que ele já manifestou sobre direitos dos homossexuais
O cardeal Raymond Burke, um crítico frequente do Papa, disse que os comentários dele deveriam ser "corretamente interpretados como simples opiniões privadas da pessoa que os fez", relata o New York Post.
"Essas declarações geram grande perplexidade e causam confusão e erro entre os fiéis católicos", disse Burke, membro da mais alta corte do Vaticano, em um comunicado na quinta-feira (22) em seu site.
"Elas causam admiração e erro em relação ao ensino da Igreja entre as pessoas de boa vontade, que desejam sinceramente saber o que a Igreja Católica ensina", continuou.
O bispo Thomas Tobin, da Diocese Católica Romana de Providence, também concordou com Burke que a declaração do papa "contradiz claramente o que tem sido o ensino de longa data da Igreja sobre as uniões do mesmo sexo."
"A Igreja não pode apoiar relacionamentos objetivamente imorais", disse Tobin em um comunicado. "Indivíduos com atração pelo mesmo sexo são filhos amados de Deus e devem ter seus direitos humanos pessoais e direitos civis reconhecidos e protegidos por lei. No entanto, a legalização de suas uniões civis, que buscam ser iguais ao sagrado matrimônio, não é admissível. "
O bispo Joseph Strickland de Tyler, no Texas, foi ainda mais longe, chamando o apoio do papa de "confuso e muito perigoso", de acordo com o National Catholic Reporter.
"A igreja está fraca. A igreja não é clara ", disse ele ao apresentador de rádio Cy Kellett, acrescentando que o apoio às uniões civis é apenas" a opinião do Papa Francisco."
"Estávamos contando com o papado para ser este farol de clareza e estabilidade, e ele simplesmente não parece mais claro e estável", disse Strickland, um crítico frequente do papa.
O cardeal Sean O'Malley, de Boston, no entanto, pareceu defender os comentários do Santo Padre, ao divulgar um comunicado dizendo que o "endosso do papa às uniões civis não é um endosso da atividade homossexual", de acordo com o The Pilot, jornal da Arquidiocese, de Boston.
"O Papa reconhece que na sociedade civil pode haver razões convincentes para promulgar tais leis que estabelecem uniões civis que não são o mesmo que a instituição do casamento", disse ele. "O Santo Padre está muito ciente do sofrimento e da alienação dos homossexuais, gays, que são rejeitados pela família e pela sociedade."
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