CE: faixa é posta em praça para delatar suposto caso de violência doméstica
Uma faixa foi colocada ontem em uma praça pública em Fortaleza denunciando um suposto caso de violência doméstica no bairro Papicu, região nobre da capital cearense. No letreiro havia um endereço de um homem que supostamente agride uma mulher. No entanto, agentes de segurança não identificaram nenhuma situação em flagrante ou relação dos envolvidos com os atos infracionais pela Lei Maria da Penha.
Mesmo não havendo nenhum suspeito até o momento, a Secretária de Segurança Pública do Ceará informou por meio de nota que as investigações ainda seguem para saber a motivação da faixa. A apuração do caso vai ser realizada pelo distrito policial responsável pela região.
Apesar de não haver nenhum registro de violência doméstica nesta situação, a Polícia Civil do Ceará reforçou que as mulheres vítimas de violência doméstica devem procurar a Casa da Mulher Brasileira para realizar a denúncia dos crimes amparados pela Lei Maria da Penha.
Em casos de flagrantes, as denúncias podem ser feitas pelo número 190, da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Caso de alerta
Na avaliação da segunda vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-CE, Aline Miranda, o caso traz um alerta sobre como a população deve denunciar situações de violência doméstica. De acordo com ela, é importante que a população mantenha o anonimato das vítimas para não as colocarem em situações de mais vulnerabilidade.
"Se você está em situação de violência doméstica dentro de casa e essa violência é divulgada amplamente por meio de uma faixa em que o próprio agressor tem acesso a essa mensagem, não é difícil imaginar que a agressão possa ser superior. A vítima pode ficar em maior risco", ressalta.
Aline acrescenta ainda que a maioria das mulheres vítimas de violência doméstica convive com os próprios agressores. "Apesar de ter vários mecanismos de denúncia, ainda é um crime que acontece de forma silenciosa e o agressor é uma pessoa que você ainda convive. Geralmente, essas mulheres vivem sob pânico", explica.
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