Presente de menina? Puma faz campanha para debater estereótipos no esporte
Meião, bola de futebol e chuteira não têm gênero. Por que, então, esses itens são sempre relacionados a "presentes de menino", deixando as meninas esportistas de fora? Uma das justificativas é a de que as práticas esportivas também reproduzem machismo e estereótipos de gênero. O futebol, por exemplo, é um mundo que não escapa a essa lógica.
Por isso, a marca de artigos esportivos Puma resolveu fazer uma campanha para estimular o debate sobre o reforço dos estereótipos quando a gente pensa em presentear crianças e adolescentes. Existe presente de menino e presente de menina?
Com essa provocação, a campanha a partir de hoje vai modificar os resultados no Google para quem pesquisar termos como "presente de Natal", "presente de menina" e "chuteira", aparecendo como resultado sugestões de compra para elas em primeiro lugar. A ação faz parte da campanha "#PresenteDasMinas".
"O objetivo da campanha é contribuir com a discussão de estereótipos existentes em presentes para meninas", explica Fabio Kadow, diretor de marketing da Puma Brasil. "E a marca busca incentivar e apoiar mulheres na prática de esportes quebrando barreiras físicas e sociais, seja para diversão, para se manter ativa ou pensando em uma carreira profissional."
Meninas e esporte: elas não praticam
Seja para manter a autoestima e a saúde mental, para se dedicar a uma vida profissional ou por lazer, o esporte faz parte da vida de poucas brasileiras: 83% das mulheres com 15 anos ou mais não praticavam qualquer tipo de esporte ou atividade física em 2015, segundo um levantamento do IBGE divulgado em 2017.
A fácil associação de homens e práticas esportivas está entranhada na nossa cultura. Comprar itens para manter a rotina de mexer o corpo também parece ser um hábito masculino. "Atualmente, quando estamos falando de produtos de performance, ou seja, utilizados para a prática de esportes, o maior volume de vendas da marca no Brasil está, sim, no masculino. E isso confirma a necessidade deste debate", avalia o diretor de marketing.
Presente para testar novas formas de brincar
Se não faltam figuras que representam a capacidade feminina no mundo dos esportes e da atividade física, como a Fadinha do Skate, a jogadora Marta e a professora de Educação física Ellen Valias (a @atletadepeso), ainda sobra preconceito ao se escolher presentes para meninas sem recair no reforço "do que é feminino".
Mas, que tal inverter esse jogo? Presentes mais "desconstruídos" também são alternativas e podem estimular a criança a desenvolver habilidades e empatia e testar novas brincadeiras.
"A ideia da campanha é ajudar na reflexão sobre esse assunto, mesmo que a compra não aconteça agora. Mas, que tenha a reflexão e se inicie uma mudança estrutural", propõe Kadow, da Puma.
"Bola de futebol, chuteira, roupas de treino, tênis para correr e outros produtos que estimulem a prática do esporte precisam ser dados apenas aos meninos? E por quê não para meninas? Criamos a campanha justamente para contribuir com a discussão e começar a mudar esses estereótipos que não têm mais espaço nas novas gerações", diz ele.
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