Homem teria se passado por médium para estuprar a enteada de 16 anos em MG
Um lavrador de 53 anos foi indiciado pelo crime de estupro pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) suspeito de abusar sexualmente da enteada por um período de dois anos. Para justificar a atitude, o homem teria se passado por médium e afirmado que as relações sexuais tinham como objetivo retirar um "espírito ruim" da garota. O caso aconteceu em Uberlândia (MG).
De acordo com a delegada que coordenou as investigações, em entrevista ao UOL, Lia Valechi, os abusos teriam começado quando a adolescente tinha 16 anos de idade e passou a se automutilar. A partir daí, o padrasto teria levado a garota, várias vezes, até um quarto da fazenda onde eles moravam para a prática dos supostos rituais religiosos, sob o pretexto de que isso a ajudaria a lidar com o que estava passando.
A enteada mais velha do lavrador, hoje com 20 anos, disse que costumava ir até o quarto para o início das sessões, segundo a delegada. Porém, no momento em que os abusos iam começar, o padrasto determinava que ela saísse do local.
Nestas horas, segundo os relatos da jovem, o homem dizia que tanto ela quanto a mãe das garotas não poderiam se aproximar nem do quarto e nem da cozinha da casa. "Tanto a mãe quanto a filha mais velha acreditavam que ali aconteciam rituais religiosos", afirma a delegada.
Denúncia
Após dois anos, a adolescente contou para a mãe acerca dos abusos, que relatou o caso à Delegacia da Mulher.
Ainda de acordo com a delegada Lia Valechi, a menina tinha sido ameaçada de morte pelo padrasto para não relatar o que sofria e também para não se recusar a ter relações. Além disso, a garota afirma que o homem incorporava espíritos e que acreditava que os abusos eram fruto do espírito que ele incorporava, o que lhe causava medo.
"Ela conta que o padrasto mudava a voz, ficava tremendo, com os olhos fechados", diz a delegada. O homem também teria dito à adolescente que tudo o que fazia era para o bem dela.
Ele negou para a polícia
Ouvido pela polícia, o lavrador negou os abusos sexuais, os rituais religiosos e que incorporava espíritos. No entanto, de acordo com a companheira, que foi ouvida anteriormente pela delegada, ele chegou a confessar os crimes a ela.
O inquérito vai ser encaminhado ao Poder Judiciário. Além da companheira e das enteadas, também morava na casa a filha do casal, de quatro anos, mas somente a enteada mais nova teria sofrido abusos.
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