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Peter Nygard, famoso estilista canadense, é preso acusado de tráfico sexual

O empresário Peter Nygard foi acusado de nove crimes e foi preso na última segunda-feira (14) - Mintaha Neslihan Eroglu/Agência Anadolu/Imagens Getty
O empresário Peter Nygard foi acusado de nove crimes e foi preso na última segunda-feira (14) Imagem: Mintaha Neslihan Eroglu/Agência Anadolu/Imagens Getty

De Universa, em São Paulo

16/12/2020 12h00

Peter Nygard, famoso estilista finlandês-canadense, está sendo acusado pelas autoridades norte-americanas por nove crimes, incluindo extorsão e tráfico sexual, que deixaram diversas vítimas ao longo das décadas nos EUA, Bahamas e Canadá. O estilista de 79 anos foi preso na segunda-feira (14), no Canadá, sob a Lei de Extradição e compareceu ao tribunal ontem, onde negou qualquer irregularidade.

Os promotores alegam que Nygard usava os seus negócios no ramo da moda como uma "fachada de legitimidade" que ocultava o tráfico sexual e outras atividades ilegais praticadas por eles. Segundo o site da CNN Internacional, as nove acusações contra o estilista, que foi arquivada em 23 de novembro reaberta somente ontem, incluem tráfico sexual e extorsão entre 1995 e 2020.

Nygard e outros funcionários da empresa dele supostamente teriam usado modelos e outros empregos na indústria da moda para "atrair as vítimas para a órbita de Nygard e mantê-las lá". Segundo o The Guardian, a acusação aponta que as vítimas foram agredidas, "abusadas sexualmente, drogadas e coagidas a ter contato sexual com Nygard" e atender as demandas sexuais dele e de seus associados.

Muitas das vítimas eram menores de idades, com histórico de abusos ou menos desfavorecidas economicamente e, entre os meios para recrutar as mulheres estavam, "festas de mimos" financiadas pela empresa do estilista com serviços gratuitos de comida, spa e bebida dentro das propriedades de Nygard.

A investigação feita a longo prazo realizou entrevistas com "mais de duas dezenas" de supostas vítimas e concluiu que Nygard tinha pelo menos 40 diferentes entidades corporativas organizadas pelo mundo.

"Nygard manteve o controle sobre suas vítimas por meio de ameaças, promessas de conceder ou negar oportunidades de modelo e outros avanços na carreira, concessão e retenção de apoio financeiro e por outros meios coercitivos, incluindo vigilância constante, restrições de movimento e isolamento físico", informou a acusação por meio do site do gabinete dos procuradores do Ministério Público de Nova York, nos Estados Unidos.

O estilista, que fundou uma marca de roupas esportivas em 1960, foi presidente da Nygard International até fevereiro quando deixou o cargo depois que os escritórios da empresa foram invadidos pela polícia de Nova York e pelo FBI, segundo a AFP.

Em um comunicado enviado à imprensa, a Real Polícia Montada do Canadá informou que o estilista aguarda o processo de fiança e extradição solicitado pelos procuradores norte-americanos.

Segundo a BBC Internacional, Jay Prober, advogado de defesa do estilista, disse que o seu cliente "nega veementemente essas acusações e espera ser justificado no tribunal" e ainda ponderou que irá tentar pedir a fiança do cliente quando tiver a primeira oportunidade.

Um dos advogados que defende 57 mulheres que entraram com um processo contra Nygard por abuso sexual usou um comunicado para expressar o sentimento com a prisão e as acusações contra o homem.

"Estamos aliviados que algum grau de responsabilidade esteja disponível, mas seríamos negligentes se não declarássemos que isso é algo que deveria ser feito há décadas", ponderou.

Agora o caso está sendo tratado pela Unidade de Crimes Violentos e Organizados do Gabinete dos procuradores do Ministério Público de Nova York. Os procuradores-assistentes dos Estados Unidos Jacqueline C. Kelly, Allison Nichols e Celia V. Cohen estão responsáveis pela acusação.