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Oxum vai reger 2021: é preciso enxergar o próximo como igual

Menina representando Oxum, na lente da fotógrafa Márvila Araújo - Márvila Araújo/Divulgação
Menina representando Oxum, na lente da fotógrafa Márvila Araújo Imagem: Márvila Araújo/Divulgação

Claudia Dias

Colaboração com Universa

28/12/2020 04h00

Como Vênus vai reger o 2021, o ano também terá grande influência do orixá Oxum. Isso porque, na Umbanda, Oxum tem ligação vibratória com o planeta em questão. Tanto um quanto a outra se relacionam a assuntos ligados ao amor e à riqueza e, por isso, o recado é claro: para a humanidade continuar se desenvolvendo, neste novo ano, é importante oferecer condições de igualdade e aceitar o próximo, realmente, como igual.

Vênus e mãe Oxum falam de amor-próprio, do entendimento do outro, de empatia e de caridade. "Oxum é o trono feminino do amor, a força infinit de irradiação do amor", resume Thiago Anselmo, astrólogo, tarólogo, terapeuta holístico e médium praticante umbandista.

Por isso, no ano que está começando, Oxum propõe que as pessoas olhem mais para si mesmas e, também, para o próximo. Tal ato leva ao desafio de cada um aceitar o outro, mesmo ambos sendo totalmente diferentes. "Essa é a força do amor, a força agregadora de Oxum", comenta o especialista.

De acordo com ele, só quando houver maior igualdade e aceitação é que a humanidade será agraciada com a força da prosperidade. "Uma sociedade só prospera quando todos têm poder de compra, têm oportunidades e podem caminhar com as próprias pernas. Esse é o grande desafio de Oxum", observa Thiago.

O que esperar de 2021

O último ano, difícil e desafiador, foi comandado por Oxalá e Xangô. Por influência deles, as pessoas foram levadas a ficar dentro de casa e estimuladas à autorreflexão. "Muitas coisas foram reveladas, como o equilíbrio e desequilíbrio dos indivíduos, das sociedades e dos assuntos que precisam ser olhados, discutidos e clarificados", comenta.

O novo ciclo, porém, não será necessariamente mais leve. Como lembra Thiago, no ano anterior, pai Oxalá, mesmo sendo um regente do bem, ligado à fé e à leveza e com imagem arquetípica de benevolente e amável, troux ensinamentos bem rígidos.

Entretanto, tal percepção tem mais a ver com a forma que a sociedade lidou com seus ensinamentos do que com as características do orixá. "Com Oxalá, para lidar com algo, precisamos nos curar e curar as sombras previamente. Foi o que ele fez, levando-nos a uma reforma íntima que revelou questões para lidar com a humanidade ", argumenta.

Alguns dos principais assuntos do orixá regente estão ligados ao preconceito e à economia. Assim, o ano da mãe Oxum pede atenção e cuidado para enxergar o próximo como igual.

Além do mais, é preciso entender que assuntos da matéria - como economia, dinheiro, emprego e riquezas - só crescem e se estabelecem quando todos são realmente iguais em oportunidades e poder de compra.

Orixás secundários

Ao lado de Oxum, Thiago aponta como orixás regentes secundários pai Oxossi e mãe Nanã para o planeta Terra e toda humanidade. Conforme ele explica, tal definição também leva em conta dois mapas astrais: o mapa da virada do ano para a humanidade e outro para Brasil, especificamente.

"No mapa de 2021 para o planeta Terra, que considera o primeiro fuso horário da virada de ano, encontramos o ascendente em Virgem e lua em Câncer. Com a regência de Virgem vemos a associação com Mercúrio e com pai Oxossi", comenta o terapeuta. Entre os assuntos tratados pelo orixá estão a retomada de caminhadas para melhorar as condições do planeta e o foco em suprir as necessidades dos carentes.

Já a lua em Câncer é associada à Nanã que, como mãe, cuida de seus filhos, mas também os repreende, quando necessário. "Ensina o que é certo e o que é errado", pontua Thiago.

Sua regência secundária mostra que a humanidade ainda será apresentada a conceitos e revelações sobre comportamentos éticos e morais, que fazem bem ou mal ao próximo, focando no egoísmo ou no altruísmo.

E o Brasil?

Quando a análise enverga para o mapa astral de 2021 do Brasil, considerando o fuso horário da capital Brasília, o ascendente identificado é Libra e, consequentemente, a regência é de Vênus - e, mais uma vez, de Oxum.

Contudo, a combinação com o elemento Ar do signo de Libra leva à união de Oxum com Oxossi, despertando assuntos como amor, empatia, necessidade de compreender o próximo e esclarecer as situações, além de estudar a melhor maneira para restabelecer a saúde global.

Ainda avaliando o Brasil, a lua se encontra em Leão, signo regido pelo Sol. "Ou seja, encontramos a força de pai Oxalá também neste ano, mostrando a necessidade de continuarmos o trabalho de elevar nossas mentes e percepções a conceitos éticos, morais e espirituais de caridade, amor ao próximo, e revelações da sombras que precisam ser curadas", argumenta Thiago.

Para o especista, a regência de Oxalá enxerga como fator crucial para o desenvolvimento do país o surgimento de uma consciência mais ampla da sociedade em relação ao outro, explorando uma forma mais coesa de convivência.

Junto de Oxum, Oxalá vai resgatar mais um pouco do processo de reforma íntima, com autocrítica e autoanálise. "Se isso vai ser leve ou pesado, depende da postura que os brasileiros vão adotar. Uma coisa, porém, é certa: não há cura sem revisão pessoal, assim como não há procedimento médico adequado sem um diagnóstico efetivo para revelar o que está acontecendo", finaliza.