N-beauty: depois da rotina de beleza coreana, tendência é skincare nórdico
Os 10 (ou mais) passos da rotina coreana para uma pele perfeita caíram no gosto das brasileiras ligadas em skincare. Mesmo aquelas que não seguiam todo o (extenso) protocolo de beleza acabaram se rendendo pelo menos a uma máscara aqui ou ali. Agora, uma nova tendência vai no sentido oposto: N-beauty, como é chamado o skincare nórdico, tem uma proposta de cuidados com a pele em poucas e certeiras etapas, no estilo menos é mais.
A dermatologista Juliana Neiva acredita que o ritual de beleza escandinavo é uma boa opção para quem curte praticidade na hora de cuidar da pele. "Na minha opinião, uma rotina de cinco passos acaba tendo uma aderência muito maior do que uma de doze passos para o perfil da brasileira", diz a especialista. Ou seja: é bem mais fácil manter os cuidados da pele quando não há uma lista tão extensa de produtos a serem aplicados -- e o resultado pode ser igualmente eficaz.
Uma particularidade dos cosméticos nórdicos é que eles costumam ter muitos ingredientes naturais locais, fórmulas veganas e, até nas embalagens, uma estética minimalista, diferente dos recipientes fofinhos e coloridos dos produtos coreanos.
Mas funciona na pele das brasileiras?
Os países nórdicos são conhecidos pelas temperaturas extremas, com peles que tendem a ser mais secas. A realidade média por aqui é diferente, bastante diversa e com mais propensão à oleosidade. Porém, dá para abrasileirar o método de skincare básico, adaptando os produtos às particularidades das peles brasileiras. Ou seja: antes de encher o carrinho em uma loja virtual que entregue cosméticos nórdicos no Brasil, o mais indicado é consultar um dermatologista e entender como aplicar o minimalismo às suas necessidades.
"Há uma questão de fototipo. No Brasil, temos uma diversidade de fototipos bem ampla, o que faz com que as peles tenham características diferenciadas. A pele nórdica tem um fototipo em geral mais claro, 1 e 2, que tendem a envelhecimento precoce, ressecamento, são peles com textura mais fina do que, por exemplo, uma pele morena", explica Juliana Neiva.
E como começar?
De acordo com a dermatologista Gina Matzenbacher, a rotina ideal da filosofia N-beauty está calcada na higienização da pele duas vezes ao dia com produtos indicados para o seu tipo de pele; uso de hidratante; protetor solar (indispensável); e ácidos à noite, que vão ajudar na renovação celular e na produção de colágeno.
"O mercado brasileiro tem boas opções industrializadas, bem como a possibilidade de manipulação das fórmulas em farmácias de manipulação, um ramo muito forte e confiável", explica Gina.
Aqui vai um pequeno passo a passo sugerido pela dermatologista:
1) Higienize o rosto duas vezes ao dia com sabonetes softs, com ativos mais suaves para a pele, como por exemplo, green tea, alecrim, erva doce e vitamina E.
2) Ao longo do dia, use apenas o filtro solar. Aqui, vão duas sugestões: opte pelos filtros minerais, que protegem criando uma barreira física ou invista em filtros enriquecidos com pool de vitaminas, silício e soja.
3) À noite, repita a higienização com sabonete soft.
4) Por último, aplique um produto com proposta de renovação celular e melhora da qualidade da pele. Boas apostas são ativos com ácido retinóico (derivado da vitamina A), ácido glicólico (derivado da cana de açúcar), vitamina C, resveratrol, licopeno, green tea e niacinamida (derivado da vitamina B).
A quarta etapa, que tende a envolver um ácido, merece atenção extra. Isso porque, por conta do clima quente no Brasil, o uso desses dermocosméticos precisam de cautela e é importante seguir a prescrição de como usar, com dias e horários respeitados.
"Moramos em um país tropical, que agora está entrando no alto verão, com uma exposição ao sol muito mais intensa. O fotoenvelhecimento é a nossa principal causa de envelhecimento externo e acaba sendo um fator limitador no uso de alguns ativos, pois pode ocorrer maior tendência de surgimento de manchas. Então, é necessário uma atenção não só com o clima, mas com os ativos que vamos escolher para usar diante desse clima", alerta Juliana Neiva.
Excessos podem ser problema
Já há até quem pague o preço da febre coreana que invadiu a dermatologia, conta a especialista Gina Matzenbacher. Tantos produtos comprados sem prescrição (e muitas vezes sem que nem seja possível ler o rótulo, a menos que você fale coreano), podem acabar fazendo mais mal que bem. "Usar muitos produtos na pele não é necessariamente prejudicial, mas depende. Geralmente, o excesso vem com queixas de acne, poros dilatados e cravos. Percebo uma onda de jovens que fazem tratamentos sem orientação, com uso de muitos produtos e resultado ruim", diz a médica.
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