Jovem morre após ser vítima de estupro em Minas Gerais; suspeito é preso
Foi enterrada hoje em Mateus Leme (MG), cidade a cerca de 60 km de Belo Horizonte, uma jovem de 20 anos que sofreu estupro no último dia 16. O óbito, confirmado por familiares, foi em decorrência de morte cerebral. Ela estava internada no Hospital Regional de Betim (MG).
No dia do crime, de acordo com a PM, a vítima foi encontrada na trilha de um matagal que liga rua Getúlio Vargas ao local conhecido como Olhos d'Água. Ela estava com marcas no pescoço, rosto e fraqueza quando os militares foram ao local.
Ela foi socorrida e enviada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Mateus Leme. Após ser atendida, ela passou a descrição do suspeito e informou que foi enforcada enquanto era estuprada. Mais tarde, foi transferida para o Hospital Regional de Betim.
O suspeito foi preso pela PM quando os militares o identificaram por câmeras de segurança próximas de onde o crime ocorreu. Os agentes então foram até a residência dele, localizada no distrito Serra Azul.
O suspeito, de acordo com a PM, confessou os crimes. Ele teria informado que pensou que a vítima estava morta, roubou o celular e fugiu. O aparelho telefônico foi encontrado quebrado dentro de uma máquina de lavar roupas.
A Polícia Civil informou à reportagem que o suspeito segue preso preventivamente. "O inquérito policial está em andamento, todas as testemunhas foram ouvidas", diz a nota. Após a conclusão de laudo pericial, diz a PC. O caso será enviado à Justiça.
A violência sexual no Brasil
No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 86% desses casos, a vítima era uma mulher. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.
É violência sexual qualquer ação em que a vítima seja obrigada a praticar atos sexuais ou seja exposta a atos sexuais contra a sua vontade. São crimes de violência sexual o estupro, mas também o assédio sexual, que é quando o agressor ocupa posição superior à vítima; a importunação sexual, que são os casos de homens se masturbando no transporte público, por exemplo; e a violação sexual mediante fraude, que é quando o agressor tem acesso ao corpo da vítima por argumentos falsos, como médicos que tocam a genitália de uma paciente sem necessidade real.
Como denunciar
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
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