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Caso Spitzner: Defesa do réu é multada em R$ 110 mil por abandonar júri

Tatiane Spitzner morreu em 2018; imagens de câmeras de segurança flagraram agressão - Reprodução/Instagram
Tatiane Spitzner morreu em 2018; imagens de câmeras de segurança flagraram agressão Imagem: Reprodução/Instagram

Hygino Vasconcellos

Colaboração para Universa

10/02/2021 17h29Atualizada em 10/02/2021 17h29

A defesa de Luis Felipe Manvailer, acusado de matar sua mulher, a advogada Tatiane Spitzner terá que pagar multa de 100 salários mínimos - o equivalente a R$ 110 mil - por ter abandonado o julgamento do caso nesta quarta, no Fórum de Guarapuava, a 256 km de Curitiba. A conduta foi considerada como "abandono injustificado" pelo juiz e, por isso, a sessão foi cancelada por volta das 12h50, poucas horas após seu início.

O juiz Adriano Scussiatto Eyng afirmou na ata do julgamento que a postura dos advogados na sessão "consistiu em verdadeira afronta ao devido processo legal e à ampla defesa, paralisando a tramitação processual do feito e causando prejuízo ao réu e ao Poder Judiciário, ainda mais levando em consideração o julgamento pelo Tribunal do Júri (alimentação, transporte do preso, deslocamento de policiais, etc)".

O abandono da sessão ocorreu quando os advogados de Manvailer solicitaram ao juiz a consulta de imagens em um HD externo. Ao ter o pedido negado, eles se retiraram.

Na saída do fórum, o advogado do réu, Claudio Dalledone Júnior, disse para um grupo de jornalistas que houve um "cerceamento absurdo da defesa". "A defesa foi proibida de veicular um material dentro dos autos. Isso é intolerável, o Estado democrático de direito não permite", argumentou.

Na sequência, o advogado afirmou que os vídeos que iria apresentar são do circuito interno do prédio onde aconteceu o crime, já divulgados anteriormente.

O magistrado salientou que a defesa não solicitou equipamento específico para "viabilizar a extração e acesso à integralidade das imagens contidas nos HDs apreendidos". Segundo o juiz, não houve pedido para uso de equipamento desde novembro de 2020.