Réu por feminicídio, marido de Tatiane Spitzner vai hoje a júri popular
O professor de biologia Luis Felipe Manvailer, 32, vai a julgamento nesta quarta-feira sob acusação de matar a advogada Tatiane Spitzner, 29, com quem era casado. O crime aconteceu em 22 de julho de 2018 e ganhou repercussão nacional depois que imagens do elevador do prédio do casal revelarem que Tatiane foi brutalmente agredida pelo companheiro momentos antes de cair da varanda.
Depois de dois adiamentos, o réu enfrentará júri popular por homicídio qualificado (feminicídio) e fraude processual, em uma sessão restrita a familiares e às equipes jurídicas, por conta da pandemia. O julgamento acontece em Guarapuava (PR), a 256 km de Curitiba.
Entre os presentes, estará a prima da vítima, Bruna Spitzner, 27, que contou a Universa sobre a luta da família por justiça no caso. "Falam que ela era depressiva, mas, na verdade, ela estava sofrendo pressão psicológica. O marido a colocava como frágil e burra. Isso ela nunca foi, sabemos da força que a Tati tinha. Foi ela quem me deu a mão para sair de um relacionamento abusivo", disse.
Entenda o caso
Na noite em que morreu, Tatiane comentou com amigas que, quando ficasse a sós com o marido, terminaria o relacionamento de cinco anos entre os dois. As gravações de segurança do prédio mostram que, na chegada ao apartamento do casal, Manvailer agrediu Tatiane por 15 minutos.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou a tese de que, após a agressão, a advogada, então com 29 anos, foi estrangulada e jogada da sacada por Manvailer. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) indica que Tatiane morreu por asfixia mecânica (estrangulamento), que, segundo o MP, foi provocada por Manvailer enquanto o casal estava no apartamento.
Do que ele está sendo acusado?
Luis Felipe Manvailer responderá à acusação de homicídio qualificado e fraude processual. No primeiro crime, uma das qualificadoras é o feminicídio, por envolver violência doméstica contra mulher, segundo a acusação.
O MP também argumenta que houve motivo torpe (repugnante, desprezível), já que o desentendimento entre eles teria começado por causa de mensagens em redes sociais, meio cruel (asfixia) e impossibilidade de defesa da vítima por causa da superioridade física do réu.
A acusação por fraude processual é por conta de Manvailer ter removido o corpo de Tatiane da calçada para dentro do apartamento, após a queda da varanda, no 4º andar. As penas para os crimes são, respectivamente, de 12 a 30 anos e de seis meses a quatro anos.
O assistente da acusação, Gustavo Scandelari, da Dotti e Advogados, disse para Universa na ocasião do segundo adiamento do julgamento, em janeiro, que a expectativa é de uma sessão longa. "Porém, com o único resultado justo possível: a condenação do réu preso a uma pena alta." A defesa de Manvailer alegou anteriormente que as acusações não procedem e reforça a tese de que a advogada se suicidou. Disse também que os vídeos do professor a agredindo foram manipulados.
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