BBB tem beijo tímido e beijão de cinema: como saber se você beija bem?
Com a sequência de beijos protagonizados pelos confinados do BBB, a "química" entre os casais aqueceu os debates nas redes sociais. A primeira enxurrada de comentários aconteceu por conta de Fiuk e Thais. Teve gente julgando o beijo meio xoxo, sem pegada. Dias depois, o beijo entre Gil e Lucas Penteado - e a intensidade com ele que foi dado - monopolizou os comentários.
Se fora de casa a diferença entre os carinhos era evidente, dentro dela não passou batido. O "beijão" virou tema inclusive para a participante Sarah, que comparou a "pegada" dos dois casais. "E o beijo? Fiuk e você foi nada. Ficou no chinelo", avaliou a sister com Thais.
Já a pegação entre Karol Conká e Arcrebiano foi avaliado pela própria envolvida, que decretou: "O beijo não foi bom, língua é uma lixa". Agora, Carla Diaz e Arthur são o alvo do radar público, interessado em descobrir qual é o nível de entrosamento nos brothers quando o tema é beijo de língua.
Em busca dos segredos do beijo perfeito, Universa ouviu histórias de mulheres que tentam descobrir o que é, afinal, um beijo bom. Também consultamos a sexóloga e colunista de Universa Ana Canosa, que faz o podcast Sexoterapia, para saber o que tem na dinâmica do beijo que faz ele ser gostoso de verdade.
Existe beijo ruim?
A analista de operações de uma empresa do mercado financeiro Leticia*, 31, é uma beijoqueira que acredita no "poder do encaixe". Basicamente, sua preocupação é com a movimentação da língua e com a satisfação mútua de quem está dando o beijo. Um beijo que não comece assim, no entanto, não a impede de continuar perto do parceiro. "Quando não encaixa, a pessoa só tem que estar aberta à mudança que você propor", avalia.
Apesar de apalpadas mais fortes pelo corpo ser um dos sinônimos de "pegada" no senso comum, ela diz que, no primeiro contato, não faz a linha "Gil e Lucas", que trocaram apertões na bunda, por exemplo. "Não gosto que a pessoa me aperte no primeiro beijo. E puxar o cabelo também é tenebroso. Se não tem intimidade, eu já fico com vontade de dar um soco na cara", fala, em tom de brincadeira.
Outra questão que faz um beijo ser bom ou ruim, na opinião de Leticia, está na movimentação harmoniosa das línguas. E, mais ainda, na presença delas - sim, sim, sim, ela pode não existir. "Uma vez estava em Buenos Aires e um francês me chamou para o último andar do hostel, muito fofo. Na hora de me beijar, ele não colocou a língua. Fiquei me perguntando: cadê o calor?"
Essa, aliás, é uma experiência comum entre quem se relaciona com pessoas de outras nacionalidades, acostumadas a formas de beijar diferentes. Tão usual, que foi a mesma sensação vivida pela jornalista Gabriela*. Ela se relacionou com um turco durante um intercâmbio no Canadá.
"Ele só mordia meu lábio. Teve uma hora que eu pensei: 'Vou deixar ele fazer o que quiser aqui para ver o que vai acontecer. Aí ele mordeu meu lábio e eu comecei a contar; foram 20 segundos e ele estava ainda na mesma posição", relembra.
Para a sexóloga Ana Canosa, desvendar os segredos do beijo perfeito é algo bastante individual. "Vai do gosto da boca do outro, do encaixe, de gostar de ser muito molhado ou não", indica.
Mas tem algo que aumente a chance de a experiência não ser agradável? Há ainda questões mais específicas, como se o beijoqueiro em potencial tem mau hálito ou é fumante - e aí, só a outra parte poderá avaliar. Tem um beijo que seja ruim para todo mundo? "Talvez ficar com a língua louca, língua desesperada", sugere Ana Canosa.
A língua e a 'pegada': o que uma tem a ver com a outra
Por uma questão cultural, reforçada pelas cenas de "pegação" nos filmes e novelas e, o "beijão" com línguas aparentes e movimentação intensa da cabeça é bastante valorizado.
Mas ele não é a tradução do que é beijar bem; o importante é procurar se encontrar com o parceiro ou parceira no tipo de beijo e estar ciente de como cada passo pode simbolizar algo no campo da atratividade sexual.
"O beijo reproduz muitas vezes as intenções das práticas sexuais. Uma língua muito enfiada pode sugerir simbolicamente uma penetração, e isso pode gerar sensação de invasão", diz a especialista. "Sugar a língua pode sinalizar sexo oral, ou então quando se faz movimentos nos lábios que seriam feitos no clitóris."
Respeitar a vontade do outro e a própria sobre cada passo do beijo é o que faz a diferença. Olhar para os sinais do corpo, mapeando o contato físico e as carícias enquanto o beijo acontece também são caminhos para o "beijo bom".
Ana Canosa explica que a linguagem corporal é, de fato, um indicativo de que o beijo encaixou. "Se ficamos mais agarrados, isso acontece por conta da química sexual, que vai demonstrando a vontade de uma pessoa estar próxima da outra."
A química: do que estamos falando?
A resposta para a "química perfeita do beijo" também passa por aspectos físicos, emocionais e sensoriais de quem beija, dizem especialistas.
Em entrevista à rádio NPR, a cientista e autora do livro "A Ciência do beijo", Sheril Kirshenbaumd, cita um estudo que relaciona a compatibilidade do beijo à escolha genética: as mulheres que participaram do experimento sentiam mais "química" com homens que tinham informações genéticas diferentes em relação ao sistema de imunidade — esse fator, segundo a pesquisa, faria com que as pessoas se atraíssem mais por aqueles que seriam capazes de gerar filhos com mais saúde e com um sistema imunológico melhor.
Já uma dupla de pesquisadores de psicologia da Universidade de Oxford publicou um estudo dizendo que a "função potencial do beijo romântico de transmitir informações importantes sobre a qualidade do parceiro e a desejabilidade."
*Os nomes foram trocados a pedido das entrevistadas
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