Paola Carosella: "Maturidade me fez entender que não há padrão de beleza"
No painel de abertura da quarta edição de Universa Talks, a cozinheira e empresária Paola Carosella conta que durante sua adolescência e parte da juventude sentia seu corpo diferente do que era considerado "aceitável". "Temos uma coisa de nos compararmos com aquilo que é considerado belo e isso pode ser muito cruel. A consequência disso é a não aceitação. A maturidade me ajudou a entender que não existe um padrão de beleza."
Paola participou do painel "Seja você a musa do verão: corpo de biquíni é o seu!", mediado por Dolores Orosco, redatora-chefe de Universa. Participaram do debate a modelo Rita Carreira e a criadora de conteúdo digital Josy Ramos.
A chef falou ainda sobre os momentos em que se sente mais bonita: "É um assunto complexo. A sensação de conforto com você mesma não tem a ver necessariamente com o físico", disse.
"Sou muito mais confiante agora, com meus três dígitos"
Rita comentou sobre como o processo de aceitação pode ser demorado. "Algumas pessoas não têm, por exemplo, autoestima intelectual. É mais legal focar no autoconhecimento do que só na aceitação da imagem. Assim, entendemos quais são nossos defeitos e qualidades", comentou. Para exemplificar, citou uma experiência pessoal: antes, era mais magra, mas não se sentia tão feliz. "Hoje sou muito mais feliz e confiante com os meus três dígitos."
Engordar na pandemia não é um crime
Josy relembra que tinha problemas em aceitar o próprio corpo mesmo estando dentro dos padrões. "Sempre fui muito magra, com um corpo atlético: quando eu era mais nova, fazia ginástica rítmica, olímpica. Eu tinha uma barriga trincada e mesmo assim odiava, porque parecia ser uma barriga de homem. Eu só ia para a praia com a minha família, porque tinha vergonha de ir com meus amigos", conta. Em compensação, hoje, assim como Paola, se vê de uma maneira diferente, mesmo tendo engordado 10 kg durante a pandemia.
"Não existe uma fórmula pronta. A gente está constantemente consumindo pessoas na internet, séries, filmes. Nossa mente é bombardeada por referências. Tá tudo bem olhar no espelho um dia e não se gostar", refletiu. Porém, quando avalia sua trajetória como um todo, percebe seu progresso. "Hoje me sinto muito mais maravilhosa e livre do que quando era muito magra".
Aceitação não pode ser uma obrigação
"A gente é uma onda: nosso corpo, nossa forma de ser é oscilante, nunca somos iguais. E está tudo bem. Assim como a gente não pode cair na ditadura da beleza, não pode cair na do 'você precisa se amar o tempo todo, ame sua celulite'", analisa Paola. "Eu amo, mas adoraria que ela não fizesse parte de mim. E está tudo bem. Não vou colocar em risco minha vida por ela, pegar uma faca, fazer um tratamento."
Ao mesmo tempo, a cozinheira e empresária ressalta que a questão da autoestima não tem o mesmo peso para os homens — o que, de alguma forma, reforça as opressões de uma sociedade patriarcal. "Eu não vejo nenhum homem falando sobre 'não amar sua calvície'. São lugares que nós, mulheres, precisamos quebrar e sair. Precisamos ser muito revolucionárias e rebeldes para sair desses lugares que nos colocaram e que não são nossos."
A transmissão acontece ao vivo aqui em Universa e pelas nossas redes sociais: Youtube, Facebook e Twitter. O conteúdo também estará disponível no Spotify, com a publicação de podcasts após o evento. No Instagram de Universa, será possível acompanhar os bastidores.
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