Ambiente tóxico das redes sociais dificulta a autoaceitação das mulheres
A quarta edição do Universa Talks foi dedicada a discutir saúde, bem-estar e sexualidade femininas na estação mais quente do ano, o verão. Abrindo a programação, que contou com quatro painéis, Dolores Orosco, editora-chefe de Universa, recebeu virtualmente a influencer Josy Ramos, a cozinheira e empresária Paola Carosella e a modelo Rita Carrera. O tema? Um velho conhecido de todas as mulheres, das mais jovens às mais maduras, e que sempre chega junto com as altas temperaturas: corpo de biquini. Ou, em outras palavras, a pressão estética e os fantasmas da autoestima que reaparecem na hora de vestir traje de praia e piscina.
Embora movimentos como o body positive e body neutrality venham se fortalecendo e contribuindo para que mulheres se sintam mais confortáveis em suas formas, a jornada de aceitação parecer ser ainda longa e os dilemas, renovados na vida moderna pelas redes sociais.
"Todos temos inseguranças em nos entender como ser, pois isso parte de estar em um grupo de pessoas, com quem você vai se comparar constantemente", apontou Paola Carosella, para quem a aceitação chegou com a maturidade e consciência de que se gostar estava além de aprovar o que via no espelho.
O crescimento das redes, o uso excessivo de filtros e a ostentação de estilos de vida e padrões irreais ampliam o leque da comparação. Por isso Paola diz ter cuidado com as informações que a filha de 9 anos consome, evitando entre outras coisas, o acesso da menina a estes canais, que considera muito perversos inclusive para adultos.
Menos filtro, mais critérios
Para Rita Carrera, é necessário ter seletividade ao escolher quem seguir. "Estamos com o celular o tempo todo na mão, sendo impactado por imagens. É fundamental seguir pessoas que tenham histórias e corpos diferentes para nos inspirar". E lembra inclusive que ninguém estará totalmente satisfeito o tempo todo ou mais feliz por estar mais magro. Algo que constatou revisitando a própria trajetória. "Hoje, mesmo estando acima do peso em relação a outras fases da vida, sou uma mulher muito mais feliz".
Assim como Josy Ramos, que na adolescência portava o corpo atlético, resultado da prática de ginástica olímpica. Contudo, sentia vergonha de ir à praia com amigos por considerar o corpo masculinizado. "Achava que tinha uma barriga de homem, o fitness não era moda e odiava ser trincada", conta.
Durante a pandemia, engordou dez quilos e considera ter passado por um processo de enxergar com mais carinho seu corpo. "Me sinto muito mais livre e maravilhosa atualmente", afirma ela, que é referência de moda e se transformou em influenciadora na internet com a hashtag #lookdoculto.
Filha de pastores, rompeu com outros preconceitos estéticos, ao ostentar suas roupas coloridas e cheias de estilo. E também, fotos de biquini, já que vive no Rio de Janeiro, cidade praiana. "Confesso que algumas vezes me preocupo quando vou postar, pois muitas pessoas me seguem por eu ser cristã. Por outro lado, sei que isso não muda minha fé ou o que levo no coração".
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