Saúde íntima feminina precisa ser prioridade no verão
É fato, boa parte das mulheres deixa a saúde para depois. E quando se fala em doenças ginecológicas, mesmo aquelas muito comuns, ainda não se sentem a vontade para falar no assunto. Mesmo no verão, quando muitas se voltam mais para o próprio corpo, a preocupação quase sempre é estética, sem um olhar de dentro para fora.
Pois bem, corpo saudável nem de longe é aquele que por muito tempo pareceu mais adequado para o biquini. É preciso falar sobre as enfermidades ginecológicas que são mais recorrentes nesta época, justamente pelo excesso de transpiração, tempo demais de roupa molhada e outros hábitos típicos da estação. No segundo painel de Universa Talks, a editora Bárbara dos Anjos Lima conversou com a ginecologista Larissa Cassiano, a surfista e campeã mundial de SUP Nicole Pacelli e a artista e fundadora do projeto Pelvika, Thiane Nascimento.
Rata de praia e piscina, Nicole Pacelli compartilhou algumas dicas para quem, como ela, passa muito tempo na água. "Em competições chego a passar o dia todo no mar. Por isso troco de biquini ou maiô, assim que saio para a areia", comenta. A surfista, que tem um filho de um ano, reconhece que no dia a dia acaba dando mais atenção aos cuidados com a criança neste sentido, do que para si mesma. Como ocorre com muitas mães.
A ginecologista Larissa Cassiano afirmou que a reincidência dessas doenças é maior durante o verão.
Nesta época, por estarmos mais expostas a piscina e academia e pelo uso de roupas mais justas e úmidas, acaba aumentando a recorrência de infecções ginecológicas"
Entre as mais comuns, ela explica, está a candidíase, infecção fúngica que atinge a maioria das mulheres em alguma fase da vida. "A água salgada do mar e o cloro da piscina também acabam contribuindo para o desequilíbrio da flora vaginal, criando o ambiente perfeito para o fungo se alojar", afirma a médica.
Autocuidado íntimo e naturalidade
Para Thiane Nascimento, cujo trabalho consiste em ajudar suas alunas e alunos a ter mais consciência corporal com foco na região pélvica, este autoconhecimento ajuda a reconhecer sinais de que algo não vai bem, mesmo em relação a saúde íntima. "A forma como você se relaciona com seu corpo e cuida dele e dessa região devem ser uma reflexão cotidiana", afirma, como orienta em seu projeto Pelvika
Larissa Cassiano lembra que ainda há muitos preconceitos em relação ao corpo feminino. "Quando oriento uma paciente a dormir sem calcinha, por exemplo, recebo questionamentos sobre se vai sujar a cama", conta a ginecologista, para quem as resistências são resultado de padrões culturais.
"Estamos habituadas a cobrir muito o corpo, a usar peças sem conforto ou benefícios, que as vezes trazem até malefícios. A vagina é uma região úmida, a secreção é importante e tudo isso precisa ser tratado com naturalidade".
Como Thiane, Larissa concorda que exercícios de conhecimento são parte fundamental do autocuidado íntimo e ajudam a entender os ciclos e as mudanças do corpo não somente no verão, mas ao longo da vida.
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