Temos sorte em viver na mesma época que Jane Fonda e aqui estão 10 razões
A atriz Jane Fonda recebeu ontem, domingo (28), na cerimônia do Globo de Ouro, o prêmio honorário Cecil B. de Mille, concedido a artistas como reconhecimento por toda uma carreira dedicada às artes.
Ícone feminista e ativista da luta ambiental, ela tem também se dedica às causas sociais há anos e não se furta de se manifestar nem quando corre o risco de ser presa - em 2019, ela foi para a prisão por três sextas-feiras consecutivas durante protestos pelo meio ambiente.
Veja abaixo dez motivos para exaltar Jane Fonda e comemorar por vivermos na mesma época que ela:
1. Usou um dos principais prêmios da carreira para falar sobre diversidade
Na entrega do prêmio no Globo de Ouro, Jane usou seu discurso para questionar a estrutura de Hollywood. "Há uma história que temos medo de ver e ouvir sobre nós mesmos neste setor. Uma história sobre quais vozes respeitamos e elevamos e quais desligamos. Uma história sobre quem ofereceu um lugar à mesa e quem é mantido fora das salas onde as decisões são tomadas", disse.
"Então, vamos todos nós - incluindo todos os grupos que decidem quem é contratado, o que é feito e quem ganha prêmios - vamos todos fazer um esforço para expandir essa tenda. Para que todos se levantem e a história de todos tenha a chance de ser vista e ouvida. Estar em sintonia com a diversidade emergente que está acontecendo por causa de todos aqueles que marcharam e lutaram no passado e aqueles que pegaram o bastão hoje", finalizou.
2. Foi presa, mas nunca calada
Em outubro de 2019, Jane organizou uma série de protestos em Washington cobrando medidas do governo Trump contra as mudanças climáticas. As manifestações eram realizadas toda sexta-feira e, por quase um mês, acompanhamos ela sendo presa na véspera do final de semana. Em 2020, foi presa de novo pelo mesmo motivo.
Ela afirmou que as mobilizações das quais participou não se resumem à luta pelo planeta, mas tem relação também com protagonismo feminino. "Mulheres encontram sua força, seu superpoder, quando estão juntas. E é por isso que eu acho que elas estão liderando o movimento de combate à crise climática", disse na época.
Em entrevista ao "Los Angeles Times", ela contou, antes de ser presa, seu plano era tirar férias e se mudar para Washington para protestar. A estratégia era usar sua fama para chamar a atenção para o tema.
3. É sincerona sobre as plásticas que fez e sobre também ser vítima da ditadura da beleza
Jane falou sobre as cirurgias plásticas que fez no documentário "Jane Fonda em Cinco Atos", da HBO, em 2018. "Estou feliz por ter uma boa aparência para minha idade, mas fiz cirurgia plástica. Eu não vou mentir sobre isso", admitiu. "Por um lado, odeio o fato de ter tido a necessidade de me alterar fisicamente para sentir que estou bem (...) Queria ser mais corajosa. Mas eu sou o que sou", disse.
Na entrevista à Elle, Jane explicou que resolveu falar sobre seus arrependimentos em relação aos procedimentos estéticos "porque sabia que se dissesse a verdade, seria universal."
"Todas essas questões são universais entre as mulheres: 'eu não sou boa o suficiente; Eu tenho que agradar, começando com o papai; Eu não sou bonita o suficiente; Não sou magra o suficiente; Não sou inteligente o suficiente", afirmou. "Eu tenho que trabalhar todos os dias para me aceitar; não é fácil para mim. Não posso fingir que não sou vaidosa, mas não haverá mais cirurgia plástica."
4. Aos 83 anos sabe que idade é só um número
Ela ainda trabalha como atriz, coleciona prêmios, organiza protestos, se posiciona sobre causas importantes, segue à moda, trabalha a autoaceitação? tudo isso aos 83 anos, mostrando que, de fato, não há "tarde demais" para nenhuma mulher.
No mesmo documentário da HBO, ela dispara: "Aos 20 anos eu era muito mais velha do que sou aos 80". Para Jane, ser velha ou jovem depende da atitude e do estado de espírito. Errada não está.
5. Já era musa fitness antes de virar modinha
Até hoje circulam vídeos de Jane dando aulas de ginástica, gravadas nos anos 1980. Viraram clássicos e mostram que há muitos anos ela é musa fitness, antes mesmo de virar moda nas redes sociais.
Até hoje, Jane faz questão de falar sobre os benefícios dos exercícios, mas mantêm um discurso coerente. Assim como critica as pressões estéticas e a necessidade de ser magra e bonita, recomenda atividades físicas pelo bem da saúde. Ela diz que faz exercícios todos os dias e que isso é "revolucionário", provando que ela não gravou as aulas só pelo dinheiro. Também celebra por ser uma mulher ativa e disposta e dá o mérito para a rotina de exercícios.
6. Apoia os direitos LGBTQ+ há mais de 50 anos
Em 2020, as redes sociais resgataram um vídeo de Jane da década de 1970 em que ela defende os direitos da população LGBT. Na época, ela falava sobre lésbicas e gays e ainda usava o termo "preferência sexual", que foi substituído por orientação.
"Tudo o que nós podemos saber é que esse movimento não está buscando nada além de respeito, justiça e o fim da discriminação de pessoas em função da sua preferência sexual", afirmou a atriz de "Grace And Frankie" e "Barbarella". Sem dúvidas, gays e lésbicas são discriminados cultural, psicológico, econômica e politicamente."
7. Não tem medo de falar de sexo, mas está muito ocupada para transar
Mais um tema que não é tabu para Jane: o desejo sexual feminino. Em entrevista ao jornal The New York Times, foi questionada se o seu maior arrependimento era nunca ter feito sexo com Che Guevara. "Não, eu não penso sobre ele. Em quem eu penso, e o que é um grande arrependimento, é Marvin Gaye. Ele queria e eu não", disse, na lata.
Em outro momento, ela afirmou que hoje está muito ocupada para transar. "Não tenho tempo. Estou velha e já fiz muito sexo", brincou. "Eu não preciso disso agora porque estou muito ocupada!"
8. Vacinada contra a covid e contra fake news
Ela já recebeu a segunda dose da vacina contra a covid e festejou em um post no Instagram que trazia uma foto no momento em que ela recebia a agulhada. E também faz campanha para que as pessoas sejam imunizadas. "Encorajo a todos a fazer se puderem, o mais rápido possível. Mas ainda uso máscara e cumpro distanciamento social", mostrando que está longe de negar o perigo da pandemia nem a importância da ciência.
9. Feminista raiz, não foge da luta pelas mulheres
Jane participa de protestos há anos, muito antes dos recentes em que foi presa. Já discursou várias vezes em favor das mulheres e militando ao lado de ícones do feminismo, como Angela Davis. Ela milita pelo menos desde 1989, quando se uniu a mulheres em Washington para defender o direito delas a seus corpos. "Mantenha o aborto e o controle de natalidade seguros e legais", dizia os cartazes.
Um dos últimos grandes eventos aos quais participou foi a Marcha Nacional das Mulheres, em 2019. Ao falar no evento, encorajou as manifestantes a lutar pelos seus direitos.
10. É mais um exemplo que cabelos brancos são lindos
Em entrevista a Ellen DeGeneres no dia 25 de fevereiro, Jane disse ter deixado para trás os anos em que se preocupou em pintar o cabelo de loiro. "Estou muito feliz em deixá-lo grisalho", disse. "Gastei muito tempo, muito dinheiro, foram muitas substâncias químicas. Estou farta disso."
Ela também critica o consumismo e diz que de dois anos para cá, decidiu parar de comprar roupas. "A gente gasta muito dinheiro, compramos tantas coisas e aí nos livramos delas", afirmou. "Tentamos desenvolver nossa identidade comprando, mas deveríamos parar com isso."
Jane ainda contou que, no Globo de Ouro, usaria um vestido do seu guarda-roupa, coisa que ela já vem fazendo nos mais recentes tapetes vermelhos, como no do Oscar de 2020. "Vou ver o que ainda me serve e que já usei. Se encontrar algo, estarei pronta", afirmou. Como seu closet não deve ser nem um pouco pequeno, a elegância estará garantida por muitos anos.
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