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Leve e feminista, Moxie, sucesso da Netflix, é o filme teen que precisamos

As protagonistas de "Moxie" - Reprodução / Internet
As protagonistas de "Moxie" Imagem: Reprodução / Internet

De Universa

04/03/2021 13h51

De filmes com histórias adolescentes, em cenário de colégio americano e sobre dilemas típicos dessa fase da vida, como o primeiro amor, a Netflix está cheia. Mas "Moxie - Quando as Garotas Vão à Luta", que estreou ontem, consegue trazer mais cores do que o normal para esse filão. O enredo, basicamente, é sobre uma garota que descobre o passado punk e feminista da mãe e começa uma revolução na escola.

Mas é mais do que isso e traz temas complexos, como assédio sexual entre adolescentes, de maneira natural. Dirigido e produzido por Amy Poehler, o roteiro é daqueles faz a gente acreditar que a situação realmente poderia acontecer, como quando uma garota vai reclamar para a diretora de um rapaz que a assediou e a senhora diz: "Não diga essa palavra, se não vou ter que preencher vários formulários. Ele só te incomodou, não é?"

Trazemos aqui cinco motivos para você ver o filme.


Feminismo não é uma guerra de garotas contra garotos

moxie vivian com zine - Reprodução / Internet - Reprodução / Internet
Vivian cria um zine, inspirada na mãe, para falar sobre feminismo no colégio
Imagem: Reprodução / Internet

Fica evidente que a jornada de Vivian (Hadley Robinson) na descoberta do feminismo não tem a ver com querer acabar com os garotos, lutar contra eles ou exigir que eles sejam submissos às meninas. O que ela quer é que mulheres recebam a mesma atenção que os homens e que não sejam julgadas unicamente pelos seus corpos.


Estamos em 2021, mas muita coisa ainda precisa mudar

moxie vivian e a mãe - TodaTeen - TodaTeen
A protagonista com a mãe, vivida por Amy Poehler, que também dirigiu e produziu o filme
Imagem: TodaTeen

Falamos muito sobre direitos das mulheres e meninas mas, na prática, ainda há muito para se conquistar, principalmente nas instituições, como uma escola. Uma das situações do filme mostra a diretora pedindo para uma aluna trocar de blusa porque a dela, um modelo de alcinha, chama muito a atenção dos rapazes, como se fosse sua culpa.

Ok, estamos falando de uma cidade no interior dos Estados Unidos, mas sabemos que esse tipo de situação ainda é muito comum e basta darmos uma olhada nas notícias para ver que acontecem ainda hoje.

Nenhuma menina precisa passar por uma transformação para ser amada

Esqueça os filmes antigos sobre adolescentes, em que a protagonista passa por uma transformação no visual e, só então, o garoto mais popular da escola dá atenção para ela, como se esse fosse o final feliz que todas nós esperássemos.

Vivian quer, sim, ser desejada, afinal, também há hormônios envolvidos nessa história. Mas não muda sua aparência tampouco sua personalidade. E a mensagem é importante tanto para garotas quanto para adultas, já que o garoto com quem ela se envolve a respeita e admira do jeito que ela é.


Assédio contra mulheres começa tão cedo que até a gente acha normal

A própria Vivian não parece se dar conta do machismo que toma conta da escola até uma aluna nova a despertar para o assunto com seus comentários. Depois, em uma cena onde os rapazes divulgam as vitoriosas de uma lista que traz categorias como "a mais transável" ou "a bunda mais bonita", ela se revolta, mas sua melhor amiga nem se dá conta do problema.

Não demora muito, porém, para essa amiga entender o que está acontecendo. E mais uma vez há uma mensagem interessante: nos sentimos incomodadas com comentários e "brincadeiras" em vários momentos da vida, mas são tantos e com tanta frequência que parecem normais. Mas, quando alguém aponta e dá nome a esse incômodo, nos identificamos.

É importante ouvirmos e falarmos sobre nossas dores

Em uma cena emocionante do filme, uma garota revela, anonimamente, que sofreu um estupro, e diz que não havia falado sobre aquilo por não se sentir ouvida, por imaginar que ninguém iria entendê-la. Quantas vezes já não pensamos o mesmo ou ouvimos de outras mulheres?

A união de mulheres não quer promover uma queda de braço contra homens, mas a construção coletiva da força feminina por direitos e respeito. E o filme mostra que dá para começar em qualquer idade.