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Sobrevivente de câncer funda ONG que financia congelamento de óvulos

Amanda Rice decidiu ajudar mulheres com congelamento de óvulos após ter tratamento negado por seguradora - Reprodução/Instagram
Amanda Rice decidiu ajudar mulheres com congelamento de óvulos após ter tratamento negado por seguradora Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para Universa, em São Paulo

10/03/2021 19h38Atualizada em 10/03/2021 19h40

Amanda Rice foi diagnosticada com câncer de mama três vezes antes dos 40 anos.

Mas hoje, aos 44, ela afirma que após o terceiro diagnóstico seu principal motivo de preocupação já não era mais superar a doença, e sim os efeitos que o tratamento poderia causar em sua fertilidade.

"Depois que eu fui diagnosticada a terceira vez, eu não chorei porque tinha câncer de novo", afirmou ela ao New York Post. "Eu chorei quando desliguei o telefone porque minha seguradora disse que eu não era qualificada para que eles cobrissem os gastos com a preservação de fertilidade", contou.

Passado o desespero inicial, Rice desembolsou 60 mil dólares de sua reserva pessoal para passar por três rodadas de congelamento de óvulos.

Mas sabendo que sua situação privilegiada é exceção nos Estados Unidos, a executiva financeira, que trabalha na famosa Wall Street, decidiu abrir uma organização para ajudar outras mulheres que podem ter sua fertilidade afetada pelo tratamento contra o câncer.

Fundada por ela em 2017, a Chick Mission já financiou o congelamento de óvulos para pelo menos 150 mulheres entre 18 e 40 anos, poupando no mínimo 15.000 dólares para cada uma delas.

"Eu lancei a Chick Misson para mulheres que precisam de apoio financeiro que não conseguirão das seguradoras", explicou Rice ao NY Post. "O status socioeconômico de uma mulher não deveria impedi-la de ter um filho biológico um dia", defendeu.

De acordo com a Associação Americana de Câncer, pelo menos 80.000 mulheres em idade reprodutiva são diagnosticadas com câncer todos os anos nos Estados Unidos.

Apesar disso, apenas 10 estados obrigam que as seguradoras de saúde cubram os custos de procedimentos para preservar a fertilidade das pacientes, incluindo Nova York, desde 2019.

De acordo com o médico Jaime Knopman, diretor de uma clínica de fertilidade no estado americano, a quimioterapia pode impactar os tecidos reprodutivos da mulher, levando a infertilidade. Já a radiação, pode diminuir o número de óvulos ou o tamanho do útero, inviabilizando uma gravidez. E mesmo terapias hormonais podem mudar os níveis de estrogênio e progesterona, afetando a manutenção dos óvulos.

Além disso, algumas cirurgias podem ser necessárias em certos estágios de câncer, com a remoção de órgãos reprodutores.