Mulher de 27 anos é morta com 20 facadas no interior de SP; marido é preso
A manicure Diane Cristina, de 27 anos, foi morta com pelo menos 20 golpes de faca na madrugada de hoje, em São José dos Campos (SP), a 90 km de São Paulo. A suspeita é que o crime tenha acontecido depois de uma discussão com o marido. O homem de 28 anos foi preso.
Segundo a Polícia Militar, o crime aconteceu na casa onde a vítima morava com o suspeito na Vila Guarani. Vizinhos relataram que, por volta 1h, ouviram uma discussão entre o casal — o homem estaria embriagado. Mais cedo, a família teria feito uma festa para comemorar os dez anos da filha mais velha de Diane.
A mulher foi encontrada caída no chão da sala por vizinhos que foram até a casa dela na manhã de hoje. Ela já estava sem vida e tinha diversas marcas de facada pelo corpo.
O suspeito, um homem de 28 anos que não teve o nome divulgado, foi detido pela Guarda Civil Municipal ainda pela manhã. Ele estava com as roupas sujas de sangue e com ferimentos, possivelmente provocados por faca. O suspeito foi encaminhado ao pronto-socorro da Vila Industrial e segue sob cuidados médicos. O caso foi registrado como feminicídio.
Diane deixou três filhos, sendo uma menina de 10 anos, e dois meninos, um de quatro anos e outro de apenas nove meses. O bebê também é filho do suspeito. Os três filhos da vítima dormiam na residência no momento do crime.
Uma amiga de infância de Diane, que pediu para não ter o nome divulgado, relata que encontrou com a vítima na tarde de ontem, horas antes do crime. A vítima teria comentado que estava com problemas no relacionamento.
"Ela era uma pessoa muito quieta e não costumava comentar sobre problemas, mas ontem ela disse que o relacionamento estava difícil, que eles estavam brigando muito, mas não deu detalhes", conta. "Ela era uma pessoa incrível, batalhadora, esforçada e se dedicava muito à família", acrescenta a amiga.
Feminicídio
O feminicídio é o assassinato de uma mulher pelo fato de ela ser mulher. É um crime motivado por ódio, desprezo ou sentimento de perda do controle e da "posse" que o agressor acredita ter sob a vítima.
Nem todo assassinato de mulher é um feminicídio, pois há aqueles que acontecem durante um assalto, por exemplo. Por isso, quando se destaca um feminicídio não é o fato apenas de uma mulher ter sido assassinada, mas sim nas circunstâncias descritas no Código Penal. A pena para feminicídio é maior, de 12 a 30 anos de prisão para o autor, como nos homicídios qualificados. Nos casos de homicídio simples a pena é de seis a 20 anos de prisão.
Geralmente, a mulher perde a vida em uma situação de violência doméstica, mas o crime também pode acontecer em espaços públicos. Esta definição consta na Lei do Feminicídio, sancionada em 2015, que passou a determinar a pena específica para esse crime.
Em 2019, foram registrados 1.326 casos de feminicídio no Brasil, e em 90% desses homicídios o autor foi um companheiro ou ex-companheiro da vítima. E quase 60% de todos esses crimes aconteceram dentro de casa. No primeiro semestre de 2020, o número de feminicídios chegou a 648, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Como denunciar
Já sofreu uma agressão e quer denunciar? Registre um Boletim de Ocorrência por violência doméstica em qualquer delegacia. Se puder, procure uma delegacia da mulher, especializada neste tipo de caso.
Conhece uma mulher em situação de perigo? Ligue para 180. O canal do governo federal funciona 24 horas, incluindo sábados, domingos e feriados. A ligação é anônima e a central dá orientações jurídicas, psicológicas e encaminha o pedido de investigação a órgãos de defesa à mulher, como o Ministério Público.
Em casos de emergência, é possível telefonar para 190 e acionar a polícia.
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