Caso Isa Penna: Alesp votará amanhã punição para deputado Fernando Cury
A Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) votará sobre a punição do deputado Fernando Cury (Cidadania), acusado de importunação sexual contra a deputada Isa Penna (PSOL), na quarta-feira (31). A data foi definida na segunda (29) pelo presidente da Casa, Carlão Pignatari (PSDB), em discussão com os líderes dos partidos.
Isa e sua equipe agora estudam a possibilidade de que seja votada uma emenda em plenário, com uma pena mais dura. Ainda não foi definido, porém, se essa alternativa é viável de acordo com o regimento da casa, dado o ineditismo do caso. Na reunião com o Colégio de Líderes, Pignatari afirmou que dará uma resposta nesta terça (30) sobre a possibilidade de votar essa alternativa. Mas, segundo apuração de Universa, deputados acreditam que o presidente da Alesp tende a vetá-la.
No dia 5 de março, a maioria dos membros do Conselho de Ética da Alesp, onde foi feita a denúncia, definiu uma pena de afastamento de 119 dias para Cury, que na prática funciona como uma licença e não como uma punição, uma vez que o gabinete do parlamentar continuaria funcionando normalmente.
Para ser referendada em plenário, a decisão do Conselho precisa ser aprovada por maioria simples dos deputados — contando os presentes na sessão, significa mais de 50% dos votantes.
Ativistas e personalidades apoiam cassação de Cury
Lançada no início de março, a campanha "Por Uma Punição Exemplar" tem como objetivo pressionar os deputados da Alesp para cassarem o mandato de Cury. No domingo (28), 65 personalidades brasileiras divulgaram uma carta aberta ao presidente da Alesp pedindo que a Casa dê um exemplo às mulheres e aos homens e vote por uma pena rígida.
Entre os nomes que assinam a mensagem estão as atrizes Patricia Pillar, Alessandra Negrini e Letícia Sabatella; os escritores Milton Hatoum e Antonio Prata; a historiadora Lilia Moritz Schwarcz; o educador Douglas Belchior; os advogados Alberto Toron e Augusto Arruda Botelho; e os músicos Nando Reis e Tony Bellotto.
A campanha foi criada pela escritora Beatriz Bracher e pela gestora cultural Mari Stockler e consiste em um abaixo-assinado que funciona de uma maneira diferente: cada assinatura é anexada em uma mensagem já pronta que vai diretamente para a caixa de entrada de 87 deputados paulistas que ainda não se posicionaram sobre o caso. Mais de 30 mil pessoas já haviam aderido até a manhã desta terça-feira (30).
Para participar, é preciso acessar o site www.porumapunicaoexemplar.com, clicar em "pressione pela cassação" e preencher nome e e-mail. A mensagem enviada diz que a decisão do Conselho de Ética é "desrespeitosa com as mulheres".
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