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Saiba quem foi Edith Piaf, citada por Moro em live e em paródia por Adnet

30.dez.1960 - Edith Piaf durante apresentação no Olympia, em Paris - AFP
30.dez.1960 - Edith Piaf durante apresentação no Olympia, em Paris Imagem: AFP

De Universa

30/03/2021 10h08

O ex-juiz Serio Moro usou trecho da canção de uma das mais famosas artistas francesas, Edith Piaf, para afirmar que não se arrepende de seus atos à frente da operação Lava-Jato. A citação ao clássico "Je ne regrette rien" ("Não me arrependo de nada") aconteceu numa live no domingo (28), e acabou tornando-se um dos assuntos mais comentados das redes. Isso porque o humorista Marcelo Adnet publicou um vídeo em que aparece satirizando o jurista. Moro pronunciou o nome da artista como "Edith Piá".

Brincadeiras à parte, Universa explica quem foi a artista, que teve sua vida contada no filme "Piaf - Um Hino ao amor", com a atriz francesa Marion Cotillard no papel principal. Ela levou o Oscar por sua interpretação, em 2008.

Nascida em 19 de dezembro de 1915, em Paris, seu verdadeiro nome era Edith Giovanna Gassion. Seu nome artístico deve-se a sua delicada figura (em francês coloquial, "piaf" significa "pardal-dos-telhados"). Apadrinhada por Maurice Chevalier, surgiu em 1937 na cena parisiense com suas canções, muitas compostas por ela mesma.

Sua mãe cantava num café e se chamava Annetta Jacqueline Gassion. Porém, ela não se importava muito com a filha —e, assim, a pequena Piaf foi enviada para a casa da avó, onde quase morreu de fome. O pai de Édith Piaf a colocou então sob os cuidados da avó paterna, que administrava um bordel em Bernay. Alphonse Gassion era alcoólatra e batia muito na filha. Desde cedo, a artista teve que conviver com a violência e aprendeu a se virar como cantora de rua.

Quando abandonou seu pai, aos 15 anos, a rua se tornou o seu ganha-pão em Paris. A sua voz chamou a atenção do proprietário de cabaret Louis Leplée, que a contratou para cantar em seu Gerny's. Foi ele quem lhe deu, mais tarde, o nome artístico de Piaf. Nessa época, a artista já havia vivenciado a triste experiência de uma relação marcada pela violência de seu amante Louis Dupont e da perda de sua filha Marcelle, de um ano e meio, que morreu de meningite em 1934.

O sucesso alcançado em seu país com "La Vie en Rose" ultrapassou fronteiras, e temas como "Milord", "Jerusalem" e "Non, Je ne Regrette Rien", a canção francesa mais conhecida no mundo, que Piaf interpretava sempre com grande paixão, tornaram-se autênticos sucessos internacionais. De um humilde e nascida em ambiente circense, apoiou a carreira de muitos cantores conhecidos, como Charles Aznavour e Yves Montand.

Em 1944, era vista por duas semanas ininterruptas no Moulin Rouge. Um ano mais tarde, conquistava os Estados Unidos. Ali, ela conheceu o seu grande amor. O pugilista Marcel Cerdan, mas ele já era casado e tinha três filhos. Com a morte do boxeador em acidente aéreo, em 1949, a vida de Piaf desmoronou. A partir daí, a sua história foi marcada pelo álcool, drogas e diferentes relações com atores, empresários, cantores e compositores.

Em 1958, outra tragédia marcava sua vida: ao lado do companheiro Georges Moustaki, apelidado de "Jo", que Édith lançou no cenário musical, sofreu um acidente automobilístico, o que a fez ficar um mês internada, e deixou como sequela o agravamento de suas dores físicas e constantes desmaios, o que a levou a um uso descontrolado de morfina. Tudo isto piorou o seu já deteriorado estado de saúde por conta da artrite e da fibromialgia, aumentando consideravelmente sua dependência por álcool.

Diagnosticada com câncer do fígado em 1959, continuou sua vida sem se deixar impressionar, mas sempre acompanhada de enfermeiras e morfina. Em 1962, o grego Theophanis Lamboukas a procurou porque queria ser cantor. Piaf se apaixonou por ele, dando-lhe o nome artístico de Théo Sarapo [eu te amo, em grego]. Eles se casaram em outubro daquele ano.

Édith Piaf morreu em consequência de uma hemorragia interna no órgão, em 11 de outubro de 1963 e seu corpo está enterrado no cemitério parisiense de Père Lachaise.