"Conheci meu bebê pelo celular", conta mãe internada em UTI de covid
"Fui diagnosticada com a covid-19 quando estava no fim do sexto mês de gestação do meu segundo filho, Benjamim. Eu não saía de casa, só ia para o meu pré-natal no posto e voltava. Mas mantinha contato com a minha mãe e ela dizia que estava gripada, então devo ter pegado dela. Mas acho que quando a gente tem que pegar, pega, não é? Não me assustei, nem temi.
Meus sintomas não foram leves, nem graves: tive dor nas pernas, cansaço e uma tosse. Mas como não melhorava e podia ter algum risco para o bebê, fui internada. Por conta disso, Benjamim precisou vir ao mundo em um parto de emergência para fugir das complicações da doença. Ele nasceu no dia 6 de março, com 29 semanas e seis dias.
Eu jamais imaginei o que eu ia passar. Eu não tinha medo de pegar a doença; na verdade, dizia sempre que, se eu pegasse, que eu ficasse curada. Mas foi mais complicado: fiquei internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de covid do Hospital Regional Norte aqui de Sobral (CE), recebendo oxigênio. Foi ruim, mas não tive medo, não me desesperei, não reclamei.
Já o Benjamin, por ter nascido prematuro, precisou saiu da minha barriga e ser levado para a UTI neonatal. Como eu estava internada com covid, não iria poder conhecer meu filho tão cedo.
Foi aí que o pessoal do hospital arrumou uma solução: as enfermeiras fizeram uma vídeochamada com a equipe da UTI neonatal e, assim, eu vi meu filho pela primeira vez. Foi de uma maneira inesperada, mas foi uma experiência maravilhosa!
Naquele momento, eu me comunicava e do outro lado do celular tinha um ser incrível que ao me ver cantar, ao meu ouvir falar, reconhecia a minha voz, abria os olhinhos. Isso só pode ser do nosso amor, do amor de mãe e filho. Foi algo tão lindo!
Eu lembro que, na gestação, eu cantava para ele na minha barriga, conversava muito com ele. Sou muito católica e sempre cantava 'Deus está no barco'. Esse momento pelo celular me tocou muito. A experiência vai ficar marcada para sempre na minha vida.
Eu tive alta 12 dias depois e finalmente pude conhecer o meu bebê, segurá-lo.
Sou casada, tenho um outro filho de 11 anos. Somos uma família feliz e agora só precisamos aguardar a alta do Benjamim para levá-lo para casa. Vencer a covid foi uma experiência que considero como voltar a viver, porque nem todos que pegam têm essa sorte, então me sinto realizada. E o Benjamim é o meu milagre!"
* Fabiana Alves Sousa, 31, é dona de casa e mora em Sobral (CE)
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