Câmara vota projeto que restringe prêmio desigual entre gêneros no esporte
Entrou na pauta desta terça-feira (6), no plenário da Câmara dos Deputados, apreciação do projeto de lei que garante a mulheres esportistas os mesmos valores de premiações dadas a homens, se os eventos atenderem a alguns critérios específicos. As novas regras só valeriam em dois casos, por ora: quando a realização do evento for de responsabilidade de órgãos públicos municipais, estaduais ou federais, sejam eles do Executivo, Judiciário ou Legislativo, e quando forem promovidos com o apoio ou realizados em espaços da administração pública federal.
A proposta é de autoria da deputada Rosângela Gomes (Republicanos/RJ), e a relatoria do projeto está com a deputada Celina Leão (PP/DF).
"Não se pode mais conceber tal discriminação contra a mulher. É necessário garantir os seus direitos, afirmou Rosângela, apoiada pela deputada Clarissa Garotinho (PROS/RJ). "Um assunto que tem unido a bancada feminina no Congresso são os projetos relacionados aos direitos das mulheres. Esse é um exemplo. Não faz mais sentido termos disparidades tão grandes nas premiações", complementou Clasissa, que faz parte da bancada feminina.
Na Copa do Mundo de 2014, a seleção masculina de futebol vencedora, a Alemanha, levou para casa U$ 34 milhões, valor 34 vezes maior do que o U$ 1 milhão embolsado, em 2011, pela campeã da modalidade feminina, o Japão.
E mais: numa publicação de 2020, a revista norte-americana Forbes colocava só duas mulheres esportistas no privilegiado grupo dos cem atletas mais bem pagos do mundo: as tenistas Naomi Osaka (29 lugar) e Serena Williams (33 posição). O primeiro da lista também vinha do tênis, só que do mundo dos homens: o suíço Roger Federer.
Não por acaso, é do tênis que vêm outros bons exemplos ao longo da história. Em 2007, a organização de Roland Garros decidiu que o torneio pagaria dali para a frente prêmios iguais para homens e mulheres.
Se aprovado, o projeto segue para aprovação no Senado.
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