Adolescente acusa 8 jovens de estupro coletivo em praia de Recife
Uma adolescente de 16 anos acusou um grupo de jovens de estuprá-la na praia de Candeias, na Grande Recife.
Segundo a vítima, ela foi atraída para uma armadilha por um rapaz com quem já havia se relacionado no passado. Ao chegar à faixa de areia, a moça afirmou que encontrou outros sete jovens, sendo obrigada a se relacionar com os oito acusados.
O crime, que teria ocorrido no último sábado (24), repercutiu nas redes sociais após o desabafo da vítima, que postou vídeos detalhando a violência.
Ela e a mãe foram à delegacia registrar a denúncia no dia seguinte à agressão.
A Polícia Civil de Pernambuco confirmou o registro do caso e disse que a DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) já deu início às investigações.
A adolescente contou a Universa que estava em uma festa com alguns amigos, na noite do sábado, e que percebeu um rapaz com quem ela já havia se relacionado a chamando.
"Eu fui até ele e ele me perguntou se eu topava ficar com o amigo dele. Eu disse que não. Aí, ele perguntou: "e comigo?'. Eu topei porque já tinha ficado com ele", explicou.
O rapaz então a chamou para ir a uma área sem iluminação da praia para terem mais privacidade.
"Quando chegou lá tinha mais sete meninos. Ele virou para mim e perguntou se eu aguentava todo mundo. Eu disse que não. Mas já foram me colocando de quatro e eu não conseguia me soltar", relembrou.
"Tentaram até fazer sexo anal comigo e eu só fazia chorar. Aí, eles não conseguiram terminar", disse.
Um vídeo que circula em grupos de WhatsApp mostra a adolescente e dois jovens caminhando pela areia da praia.
As imagens mostram que conversa com rapaz enquanto o outro grava a situação sem que ninguém perceba. Eles falam sobre signos. A vítima disse que eles soltaram a gravação na intenção de desacreditá-la.
"É que quando eu fui para areia com o menino, o outro, que ele tinha me perguntado seu ficaria, foi atrás. Eu fui pra ficar com um e outro foi atrás. E eles já tinham combinado tudo. Eu disse que não queria. Eu disse", reforçou a vítima.
A mãe da jovem a levou para fazer exames e passar por perícia para serem agregados à investigação. A responsável pela adolescente confessou ainda não acreditar no que aconteceu com a filha.
"Como é que fazem isso com uma criança? E esse menino que levou minha para uma armadilha? O que se passa na cabeça de uma pessoa achar normal forçar a outra a transar com oito homens?", questionou.
"Minha filha tem problemas psicológicos. Ela já faz tratamento. E agora é que vai precisar mesmo. Mas todos eles vão pagar. O caso está com a polícia e eles vão pagar pelo que fizeram", concluiu a mãe da jovem.
A violência sexual contra a mulher no Brasil
No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.
Como denunciar
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
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